Retorno - Perú

Recebendo o Milagre! Entrando no Perú...

  

Chegamos 10 minutos antes e vimos a equipe que nos atendeu no sábado, que foram extremamente autoritários, saindo e uma nova equipe chegando. Esperamos a troca de turno e entramos. Somente o Dany, que nos orientou a voltar estava lá e nos atendeu. Demos todos os papéis tivemos que esperar o superintendente chegar.

Ele chegou e logo deu início à tentativa de liberar o Valente. Depois de 4 horas de espera e papelada resolvida, nos deram a nova permissão, e nos liberaram. Ainda perguntei se precisava fazer a revisão ou vistoria, mas fizeram que não, que podíamos seguir assim mesmo.

Passado esse episódio, fomos aconselhados a primeiro fazer a imigração, que o correto é fazer antes da Aduana, mas como ninguém sabia o desfecho das coisas, fizeram a Aduana primeiro. Voltamos ao Equador para buscar o carro e pela terceira vez, passamos pelas aduana e imigração do Equador e ninguém falou nada.  

De volta a uma Zorritos diferente...

Seguimos então em direção à Tumbes para depois chegar em Zorritos.

Na entrada de Zorritos percebemos uma mudança na região. Mais
verde, devido às chuvas e com muito lodo seco nas ruas e calçadas. Descobrimos depois que devido às chuvas que assolaram a região do Chile até Salinas no Equador. Essa mesma chuva chegou a Zorritos mudando a paisagem.

Paramos no Hotel Pinamar que está em reforma e nos receberam de braços abertos e por fim, arrumaram um espaço para nós. Ainda fomos ver o estrago na praia, conversamos com os pescadores, uma tristeza... este lugar é tão lindo... vai um tempo para se recuperarem.

À noite, nossos amigos nos convidaram para um jantar por conta da casa. Maravilha! Alí conversamos, até quase meia noite, contando histórias e tirando dúvidas sobre uma possível viajem dos dois. Foi uma noite ótima.

Dia de trocar óleo do Valente

Acordamos e decidimos seguir até Piura, comprar os filtros e óleo para fazer a troca no Valente. Depois seguir até onde conseguirmos!

Partimos e pelo caminho seguimos vendo a mudança que as chuvas provocaram no lugar. Tudo estava bem diferente de quando passamos na ida. Logo na entrada de Piura, na própria panamericana, encontramos a concessionária da Renault. Para nós, infelizmente não foi possível eu mesmo fazer a troca, e então acertei um valor para fazermos ali mesmo.

Saímos, e uma quase reta de 150 km a nossa frente e seguimos até a próxima cidade em Morrope. Logo na entrada achamos um Posto Repsol e como estava meio cheio, paramos ao lado do Posto, em frente a uma Oficina de Motos. O lugar era tranquilo ali dormimos.

O Retorno a Huanchaco

Huanchaco ficou marcado como a "cidade da ameba", pois em Julho do ano passado a Jane teve uma crise de "sei lá o quê", até hoje não entendi. Em uma amistosa conversa de casal ela me disse que estava se sentindo uma "ameba". Na ocasião a coisa ficou pior porque eu não sabia e nem imaginava o que era uma "Ameba". Agora lembrando rimos muito!

Chegamos ao Hotel Huanchaco Garden, próximo ao meio dia. Instalamos tudo e fomos dar uma volta e comer um Ceviche na praia. Ficamos por ali andando e conversando um pouco e depois retornamos ao hotel. Um jovem casal da Suíça está ali também com seu carro. Viajam a cinco meses e pretendem ficar na estrada por três anos. São bem mais jovens do que nós e levam uma vida bem tranquila surfando, andando de bike, saltando de pontes, escalando, entre outros esportes extremos. Conversamos um pouco e fomos dormir.

Hoje serão 600 km e, com as paradinhas,  creio que faremos umas dez horas. Na estrada, paramos para abastecer. 

Uma das coisas que mais nos chamou a atenção, mais uma vez, foi a grande quantidade de lixo ao redor das cidades no deserto. Por muitas cidades cruzamos pela periferia, passando pelas circunvalar, e em todo o trecho encontramos muito lixo. O cheiro também é insuportável. Nas cidades mais do interior, os peruanos não têm um local nas cidades onde depositam seu lixo, eles simplesmente vão colocando ao redor. É isso deixa tudo muito feio. 

O trânsito também é algo a ser destacado, pois é terrível! Em algumas cidades praticamente somente nosso carro estava na rua, os outros eram tuc-tucs. 

Passamos pelo deserto de Huarmey, um lugar que para mim é incrível, porque de um lado temos as montanhas de rocha e areia e do outro as dunas e o oceano pacífico. A estrada passa pelo meio, e não há muito movimento, praticamente nenhum. Dirigir por ali é incrível. 

Próximo ao meio dia entramos na praia de Tuquillo e fomos comer algo e conhecer o lugar. Um pequeno paraíso em meio ao deserto.  

Chegar em Lima e Reencontrar Preciosos Amigos

Seguimos e final de tarde estávamos entrando em Lima. Sexta -feira, final de tarde em uma megalópoles, não foi fácil. Levamos duas horas para entrar e chegar a casa de nossos amigos Bruno e Jessica. Tentamos outros caminhos, mas a cidade estava parada com o trânsito. A via expressa deixou de ser expressa há muito tempo.

Reencontrar o Bruno e a Jessica foi uma experiência única também. Estar de volta depois de nove meses e com o gostinho de vitória, por termos ido até os EUA e voltado, foi um momento especial. Quando chegamos o Bruno estava fora e fomos recebidos pela Jessica que nos preparou um lanche e conversamos um pouco. Neste dia o Bruno chegou bem tarde. 

Tomamos café juntos, nos abraçarmos, e conversamos até as 10:30h. Fizemos uma lista de atividades e começamos pela praça Dois de Maio onde existe uma concentração de lojas de instrumentos musicais.

Foi incrível andar pelas ruas de Lima e ir entrando em muitas galerias e descobrindo mais e mais lojas. Nem o Bruno sabia que tinha tantas lojas ali!  A mais diferente foi uma com instrumentos típicos do Peru, e ali conheci a queixada de burro, um instrumento de percussão feito com a queixada de burro mesmo. Eles usam um processo químico para tirar a carne e deixam os dentes do animal preso na arcada dentária. Então segurando a base, com um golpe se faz soar os dentes que agora estão soltos, produzindo uma espécie de chocalho. Entre tantos outros. 

Depois retornamos a casa para pegarmos as meninas e irmos almoçar Ceviche no mercado público, e aproveitar para provar os calamares e ceviche misto de pescado e lagostins e o de conchas negras. Também vamos comprar umas frutas típicas do Peru para provar.

O lugar é bem limpo, considerando ser um mercado público. Comemos ali mesmo, em pé no balcão. Tudo o que provamos estava delicioso! Compramos frutas e ainda fomos tomar um sorvete, antes de retornarmos.

Reencontrar Preciosos Amigos

Tínhamos enviado uma mensagem para o Esli, nosso amigo mexicano que conhecemos em Cólon, no Panamá, e já havíamos encontrado em Cáli. Sabíamos que estava aqui em Lima e, ele apareceu na casa do Bruno as 17:30h! E foi um prazer reencontrar o Esli Mejía e junto com ele conhecemos o Dereeck Hurtado, também cristão, e ficamos contando nossas experiências.

Bruno chegou e a Janeh e a Jessica que estavam dormindo também se juntaram a nós. Novas amizades, compartilhamos de nossas aventuras, testemunhos do mover de Deus, dos seus cuidados, e cantamos juntos. Mostrei minhas guitarras e pedais ao Esli e seu amigo e compartilhamos um tempo na presença de Deus muito bom, cantando em espanhol e em português. A fome bateu e a Jessica preparou um lanche para todos.

A Jessica preparou o café e fez uma deliciosa salada de frutas exóticas, provamos sucos e frutas com sabores bem diferentes.

Fomos a Igreja deles a noite e tivemos um tempo precioso com todos, na presença de Deus. O pastor falou sobre o casamento da mente e do coração, onde o conhecimento e a sabedoria precisam caminhar juntos. Depois do culto, saímos para darmos uma volta na cidade à noite. Fomos ao Hard Rock Café de Lima e fizemos uma refeição ali, além de bom papo com os amigos.

Saímos próximo ao meio dia para irmos à casa da Márcia e sua mãe. Reencontrar a Dna. Gladys foi e sempre será muito divertido. Uma senhora com seus oitenta anos e um coração jovem, alegre e cheio da sabedoria de Deus! Muito amorosa e agradável! A Márcia preparou o almoço a peruana, mas sem faltar o arroz com feijão! O que foi ótimo!

À noite combinamos de receber o Edwin e a Raquel que são irmãos preciosos. Eles chegaram e se deram muito bem com o Bruno e a Jessica. Tomamos um café juntos e compartilhamos de muitas experiências. Tocamos e louvamos a Deus ali de uma forma muito especial. Deus se moveu no louvor e nas orações feitas juntos e no testemunho do Edwin e depois do Bruno.  

Acordamos e o Bruno já nos esperava com a Jessica para o café da manhã. Ele ainda tentou nos convencer a ficarmos mais, porém decidimos partir. Oramos após o café e nos despedimos. O trânsito na frente da sua casa já estava caótico, mas segundo eles esse horário ainda é possível sair. Estes dias em Lima com todas estas pessoas tão especiais, com certeza nos deixarão muitas saudades! 

Retorno a Nazca

Rodamos até Nazca relembrando nossa ida. Esse trecho não tem muita coisa para ver e passamos por Ica onde dormimos uma noite na laguna Huacachina, um lugar mágico, mas não entramos. E passamos por muitas outras cidades. Talvez o fato mais pitoresco tenha sido parar para comprar umas frutas, as últimas granadillas que amamos tanto, umas uvas e romãs gigantes por um preço fantástico, direto do produtor. Nunca tínhamos visto tão grandes, mau cabia na minha mão!

Passamos mais uma vez pelas linhas de Nazca e chegamos ao hotel Suisso.  

Seguir pela Costa do Perú, uma Experiência linda.

A viagem daqui até Tacna, na fronteira com o Chile, será nova para nós, pois quando subimos fomos a Cusco e depois descemos para Nazca, e agora um novo trajeto.

Dizem que é muito deserto, mas costeando o Pacífico e com um visual avassalador. Realmente, muito deserto de grandes dunas e chegamos novamente ao Pacífico, pequenas cidades e muitas praias desérticas com grandes faixas de areia e um visual de cinema. O dia lindo e perfeito para viajar. 

Nosso plano é chegar a Camanã hoje, e acabamos levando todo o dia para cumprir cerca de 400 km. Com muitas paradas para fotos, filmes e contemplação em muitos lugares com penhascos de dunas, com o Oceano Pacífico hora azul, hora verde quebrando forte ao nosso lado; hora perto, hora distante, pela faixa de areia.  Em alguns momentos, passamos por túneis cavados nas rochas e subidas e descidas que nos levavam a vales verdes com montanhas de areia e dunas. 

Novamente, onde há água, há vida. Nos vales, que seguem os rios, muita plantação de frutas e verduras no meio do nada. As fotos e filmes não conseguem retratar a emoção e a dimensão do lugar. Nesses momentos é que ficamos refletindo sobre a vida nas grandes cidades, o stress, a impaciência, a falta de cordialidade e educação, e o corre-corre que não leva a lugar algum. A simplicidade do nada é muito melhor. Aquela vontade louca de ficar ali, e ao mesmo tempo sair, porque o deserto realmente parece que vai te engolir em algum momento.

 

Já estava escuro tínhamos uma coordenada e seguimos mais uns 9 km até o local. O Hostel Sun Valley fica à beira da Pan-americana, porém não tínhamos noção do lugar pois já estava escuro. Bati a campainha e ninguém atendeu. Já estava disposto a parar na praia mesmo quando achei uma pessoa para nos atender.

Seguindo até a Fronteira

À noite foi longa apesar de o local ser fechado e o cansaço ser grande. Esse camping fica na praia, porém muito próximo da pan-americana, e a noite toda ouvi caminhões passando. 

Saímos com o objetivo de chegarmos a Tacna e dependendo do horário dormir ou seguir para a fronteira com o Peru. Logo na saída da Costa uma forte subida, fomos a 2000 metros e encontramos a primeira cidade confiável para abastecer o tanque. Tanque cheio, um lanche no carro e vamos em frente porque aqui tem muito deserto e muita subida pela frente. 

O dia estava muito bom e rodamos bem. Longas retas até a entrada de Arequipa onde viramos à direita em direção a Moquequa e depois a Tacna. Aqui tem uma retas de 40, 60 km em um grande pampa no deserto do Peru, e rende muito sem vento, e foi o que aconteceu. Pé em baixo e rendimento no asfalto. Passamos pela segunda vez pela base aérea militar em meio ao deserto onde tem grandes placas de "cuidado zona de lançamento de bombas".  

Mais a frente uma barreira por trabalhos na pista nos deixou parado por uma meia hora. Tempo suficiente para que eu desse um trato nos vidros que estavam imundos. Aqui na região sul do Peru, tem muitas Renault Master fazendo transporte de passageiros, e um motorista que estava logo atrás de nós veio fazer umas perguntas sobre nossa Master. 

Liberados seguimos e logo chegamos em Moquequa, e aqui um fato curioso conheceu. Neste dia estávamos com pouco dinheiro e tivemos 4 pedágios e em Moquequa foi o último. Quando viemos da região norte, sempre pagamos os pedágios  como carro "leve" inclusive depois de Lima,  e agora daqui para frente além dos pedágios serem mais carros, mais que o dobro,  querem nos cobrar como carro pesado, quase quatro vezes mais. No primeiro pedágio eu bati o pé e não paguei. Mostrei nossos recibos de carro " leve " e enquanto a atendente discutia, o bom peruano atrás metia a mão na buzina, e mais um, e mais um. Assim nos deixavam passar. Além de pagarmos um pedágio mais caro pela má qualidade da rodovia, agora nosso carro estava em outra classificação. Não aceitamos e não pagamos.

Próximo pedágio, a mesma história e foi assim com os quatro. Porém no último, a atendente pediu um documento do carro e eu dei uma cópia colorida. Ela disse que não servia pois tinha que ser um documento com a tonelagem do carro. Eu disse que não tinha, e que no Brasil não existe isso. Se não tem documento, ela decide o que pesa e cobra. Não mesmo, eu disse para ela ver no carro que tem gravado, aí ela também não aceitou, manual, também não. Porém eu já havia dado o valor do carro leve e ela emitiu o boleto e me entregou e pediu para estacionar nos cones à frente, pois os peruanos atrás já estavam furiosos e buzinando. E nisto ela reteve a cópia do documento. Eu segui e parei à frente e esperei alguns segundos e ninguém apareceu. Pensei, bem, eu paguei e tenho recibo, vamos embora. E seguimos abandonando a cópia. Tínhamos o comprovante de pagamento e todos os recibos dos pedágios. Então segui em paz. 

Chegamos a Tacna tranquilos e fomos almoçar, e como era cedo, seguimos mais 50 km até a fronteira do Peru com Chile. A saída foi rápida e tranquila, preenche uns papeis aqui, entrega ali, e nosso medinho era a saída do carro se não teria problema com o sistema, mas graças a Deus, deu tudo certo...

...Leia mais em Fase I - Retorno - Chile.

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