Retorno - América Central
Guatemala
De volta ao Atitlán
Na Guatemala, um grande portão separa os dois países, quatro vagas apenas para estacionar, um comércio fortíssimo em cima da Imigração e da Aduana. Passar ali com o carro é quase impossível. Porém os atendimentos foram tranquilos, nos explicaram tudo, fizeram as cópias sem problemas, e cerca de 1 hora foi o tempo gasto entre saída e entrada. Não revisaram o carro, somente a fumigação paga, e processos de aduana e imigração.
Agora, dirigir e sair dali é que era o desafio! Uma rua super estreita, muita gente na rua, aquele clima da Índia, filas de tuc-tucs, e nós devagar no meio daquela bagunça organizada. O GPS marcava ainda 220 km do Atitlán, porém essa distância foi percorrida em 5 longas horas. Entramos pelo meio de montanhas e vales, estrada ruim, a cada 50 metros um túmulo, (nome dado às lombadas aqui), trânsito lento, e curvas, muitas curvas. A média era de terceira marcha a 40 km/h. Somente a 80 km do nosso destino a estrada duplicou e melhorou.
A sensação de chegar novamente ao Atitlán foi ótima. Saímos de 3200 m.s.n.m., para 1800 m.s.n.m, rapidamente, o que fez os freios aquecerem como sempre. Quando parei no Hotel Tzanjuyu, o pedal foi lá no fundo. Já era de esperar, pois aqui a descida é forte.
O rapaz nos conduziu ao local e nos instalamos. Eu estava moído, pois 220 km em 5 horas a 40 por honra é muita experiência desagradável. Mas valeu, neste momento sempre estou refletindo sobre muitas coisas, sobre nosso Brasil e sobre as diferenças entres os países e dentro do próprio país. Depois descobri que entramos pelo pior acesso México/Guatemala. Tudo é aprendizado nesta viajem. A Jane preparou uma janta, e nem banho tomei, sinceramente o cansaço era tão forte, que troquei a roupa e apaguei completamente.
Acordamos felizes por estar aqui, armei o toldo do Valente e fizemos nosso café do lado de fora, olhando o lindo lago Atitlan, azul maravilhoso no céu e no lago, ao fundo os três vulcões, Atitlan, Tolimán e San Pedro. Esse lugar é lindo demais. Hoje a Janeh teve logo cedo uma dor de barriga forte, mas conseguiu se livrar dela, já eu sempre atrasado, senti os sintomas ao meio da manhã e não consegui me livrar do mal estar por quase todo o dia. Não comemos nada de fora do comum, e não sabemos o que causou isso. Talvez a massa de ontem.
A Janeh aproveitou o lindo dia de sol para lavar roupas, e foi no balde mesmo. Nada mais de máquinas de lavar e secar como nos EUA. Acampados vai na mão mesmo. A sensação de estar livres na estrada acampados com o toldo aberto nos encanta. Os EUA é maravilhoso e tem lá suas características, mas não chegamos a abrir o toldo e ficar assim nenhuma vez, pois com tanta estrutura os lugares são caros e não nos permitiu ficar muito tempo além de apenas dormir. Agora estamos novamente usando todos os recursos do carro, banho, cozinha, banheiro, quarto e transporte.
Aqui na Guatemala nossa TV volta a funcionar e podemos dar uma olhada nos canais abertos de cada país.
Um grande susto!
À noite, lá pelas 21h a Janeh fez chá de camomila, bolachinha para mim, pois não tinha fome e não conseguia pensar em comida. Fomos dormir e lá pelas três da madrugada eu tentei ir ao banheiro, e chamei a Janeh pois não me sentia bem, e mesmo sentado no vaso acabei desmaiando. Após isso, consegui por alguma coisa para fora. A Janeh entrou em desespero por me ver ali desmaiado, mas logo voltei, foi coisa rápida, graças a Deus. Ficamos ali um instante sem saber o que fazer ou pensar. Estamos longe e normalmente em pequenas cidades e sem recursos. Uma indisposição estomacal pode ocorrer em qualquer lugar a qualquer hora, mas se estamos em casa tudo parece ser mais tranquilo. O fato de ser a noite parece que torna tudo pior.
Fomos até a recepção do lugar e pedimos uma emergência. O gerente do hotel chamou uma ambulância do bombeiro, que foram muito atenciosos e prestativos, mas a única coisa que poderiam fazer era me levar ao Hospital de Sololá há uns 15 km montanha acima. Eu disse a eles que se eu entrasse na ambulância para andar essa distância iria passar muito pior. Então me levaram até o posto de saúde aqui mesmo em Panachachel.
No posto de saúde 24 h acordamos um homem que quando ele viu que éramos estrangeiros, não quis fazer nada, mal verificou minha pressão que estava um pouco baixa, 7x10, e disse que eu precisaria fazer uns exames e ir ao hospital. Porém me recusei e voltamos ao camping. O gerente do hotel nos ofereceu uma habitação para não ficarmos sozinhos no carro. Aceitamos e ficamos ali até amanhecer.
Acordei um pouco melhor, mas não 100% e decidir sair em direção à cidade da Guatemala, pois ali podemos ter mais recurso caso precise. Antes de partirmos um senhor que cuida dos jardins veio nos dar bom dia e perguntou como estava me sentindo. Disse a ele que passei mal e tinha esta indisposição. Ele então deixou seus pertences ali e foi até uma farmácia para mim e trouxe uns comprimidos com dimeticona e loperamida. Disse que tomasse e logo me sentiria melhor. Foi muito amável. Nos despedimos e Saímos.
Amatitlán
Dirigimos até a Cabañas Suissa e fomos comer algo pois não comemos nada pela manhã. Conversamos com a dona do restaurante sobre onde poderíamos achar um bom atendimento médico, e ela foi muito amável e prestativa nos indicando um hospital. Pedimos duas sopas leves e partimos. A princípio iríamos dormir no Cabañas Suissa, mas descobrimos dois campgrounds muito bem conceituados na CA9, já a caminho do destino amanhã e bem mais baixo ao nível do mar. Decidimos seguir somente mais 40 km e ficar ali.
Na cidade da Guatemala que está situada em meio a vales e montanhas, existem muitas outras cidades acopladas o que faz com que o trânsito fique um pouco mais movimentado, mas nada demais. Em uma hora chegamos e achamos o lugar, logo após a cidade de Amatitlan. No Turiscentro Auto Mariscos, o Sr. Rafael, administrador nos acompanhou e fui muito simpático, nos mostrando onde poderíamos nos instalar e nos deixou muito à vontade. Como nossa noite foi curta e conturbada, apesar de chegarmos ao Turicentro as 13:30 h fomos dormir um pouco.
Acordei um pouco melhor, a Janeh diz já estar bem recuperada, mas eu sou mais fraco e sofro mais com qualquer coisinha. Amanhã sairemos e, direção à fronteira de El Salvador e precisamos de um lugar para pernoitar pois não temos um bom ponto na rodovia. Teremos um desafio, mas Deus é sempre Deus, e sempre nos dá um bom lugar.
Hoje é domingo e logo cedo no clube tinha gente fazendo fila para entrar. Logo o lugar estava cheio. Como estamos pagando e temos direito a usar todas as instalações do lugar resolvemos ficar um dia a mais e apreciar além de nos recuperarmos do mal estar passado. Usamos a piscina, sauna, toboágua, nadamos, fizemos uma refeição no restaurante e assim passamos o dia. À noite jogamos umas partidas de sequence e fizemos mais uma refeição e fomos dormir, amanhã tem muito chão pela frente.
Quando parece dar tudo errado...
Acordei com uma sensação estranha, não dormi muito bem a noite por preocupação com o dia seguinte e com o carro pois preciso tirar um pouco de óleo do motor que agora percebo está com óleo demais.
Comemos um cereal para ser algo saudável e leve e seguimos ao portão que estava fechado com cadeados. Eu olhei em volta e não vi ninguém, isso eram 7:30 h da manhã, e não havia sinal de vida por perto. Deixei a Jane no Valente e fui até os apartamentos dos funcionários. Lá bati nas portas e ninguém atendeu. Conclui que estávamos a noite toda sozinhos e trancados. E ninguém nos avisou. Após as 8:30h surgiram os primeiros homens da manutenção, e nos informaram que o lugar está fechado na segunda feira.
Saimos e a frente descobrimos que estamos rodeados de vulcões incríveis, são quatro. O Fogo, em atividade; o Água, extinto; o de Antigua também extinto; e o Pacaya em atividade. Mais uns quilômetros e erramos a entrada pois o GPS estava meio perdido, e entramos em uma rua que nos levou a entrada da cidade de Escuintla. Já estávamos super atrasados e agora isso.
Dirigimos uns quilômetros e tudo parou. Uma longa fila de carros e caminhões. Perguntei o que estava acontecendo e fui informado de um bloqueio na estrada por manifestantes pedindo a redução da taxa de luz por conta da venda da companhia de Eletricidade para uma empresa privada espanhola. Perfeito! 10 h da manhã e nós só tínhamos percorrido uns 50 km. Informavam que o bloqueio deveria ser até as 12, 14, ou até as 16 hs. Voltar agora não era mais possível pois o lugar que estávamos fechou. Ir para frente, estava fechado. O bloqueio é em 22 lugares no país, e todas as fronteiras estavam fechadas desde as sete da manhã. Decidi tentar ir mais a frente porque estava com um pouco de medo de ficar ali. Tinha muita gente armada perto de nós. Porém andei somente uns dois quilômetros e tive de parar.
Estacionei em fila dupla ao lado de uma camionete branca. Desci e fiquei ali na sobra do carro, pois o calor estava forte, passando dos 35 graus. O homem da camionete branca saiu e veio falar comigo, naquele “oi, tudo bem...” depois de quase quatro horas de muita conversa, eu e ele já estávamos amigos! O batalhão de choque chegou e dispersou os manifestantes. Eu estava então falando sobre a situação do atraso e não ter onde parar em Honduras. Ele então nos disse que teria um lugar seguro uns 10 km a frente em um lugar muito especial que a sua cunhada estava administrando. Decidimos aceitar e segui-lo.
... mas é só outra surpresa e Deus...
O engraçado foi que eu desconfiava dele por ser tão pronto a ajudar, e quando saímos da rodovia encontramos uma rua sem pavimento, um lugar muito pobre, muito feio, e nós seguindo aquele carro em meio a plantação de cana de açúcar... pensei: "se este homem é um sequestrador vai nos levar para um lugar desses e ninguém sabe que estamos aqui".
Um dado momento paramos em frente a um portão vermelho enorme e ficamos esperando... pareceu uma eternidade. Mas ao abrir vimo uma pedra enorme cravada no chão escrita “Yeshua” é o fundamento deste lugar”.O nome deste homem, Ludin. Foi um anjo sequestrador em nosso dia.
Entramos e fomos muito bem recebidos. Esse lugar é um lar para crianças que foram retiradas do seus lares por mal tratos, abuso, moléstia e ou abandono. Leia mais e veja as fotos em Um Lugar Surpreendente! Era uma pequena propriedade com animais e gente simples, mas um lugar seguro..
Nos instalamos, falamos coma Mirna, com o Wendy e Gustavo, e logo que chegaram Daniel e Raquel, vieram nos dar as boas-vindas e nos levaram para conhecer o lugar, que está sendo ampliado.
A noite tivemos um tempo juntos e com Rudy e Vivian dirigindo, as crianças louvaram, dançaram, e um tempo lindo, precioso que dançamos abraçamos e louvamos a Deus com eles. No final compartilhamos uma palavra com eles, eles oraram por nós, nos abraçando muito! Foi especial demais!
Acordar em um lugar onde o amor de Deus se espalha pelos corredores e os anjos estão prontos desde cedo a transformar as vidas de tantas crianças é bom demais. A vontade de temos que ficar uns dias a mais estava grande! Deus fez tanta coisa acontecer ontem para nos trazer a este lugar que não podemos sair correndo, temos tempo e devíamos ficar um pouco mais, uns dois dias pelo menos. Ela concordou e descemos para o café.
Daniel e todos nos aguardavam com um lindo sorriso. Falamos ao Daniel que iríamos ficar uns dois dias mais para nos envolvermos com as crianças e conhecermos um pouco mais da rotina. Ele concordou e agradeceu, e colocou uma condição: que aceitássemos ficar no quarto e fizéssemos todas as refeições juntos. Nós queríamos ficar no Valente pois assim nós teríamos que tirar roupas nem nada de lá, mas ele disse que não! Ou ficamos integrados, ou não aceitaria. Concordarmos.
Após isso o Daniel perguntou se precisávamos de algo no carro, se estava tudo certo como Valente e aproveitei a oportunidade e falei sobre a questão do óleo, e que precisávamos tirar um galão, ou 3,78 litros. Ele então chamou o Gustavo que trouxe uma rampa, colocamos o Valente ali e descobriram que não tinham a tal chave para tirar o parafuso do cárter. Mas, muito diferente dos norte-americanos, não se fizeram de rogados e disseram vamos dar um jeito, nem que seja necessário fabricar uma. Aí sim! Eu gosto dos Guatemaltecos! Vamos fabricar! Feito isso abrimos um pouco para que vazasse o óleo excedente e pronto. Agora estamos na medida.
A Janeh estava com as mulheres dando uma ajuda no que precisavam: ajudou com o almoço, a cuidar das crianças, a limpar...Amanhã ela vai ajudar na cozinha.
A criançada estava pronta para ir para o rio nadar. Todos se divertiram muito, inclusive eu que fazia anos que não dava um mergulho em um rio com uma turma assim. Era um tal de tio Toni para lá, tio Toni pra cá. Foi uma festa. A Janeh deu uma geral em um dos novos quartos da casa que está sendo terminada para passarmos a noite e tomei um banho e depois jantamos.
A Janeh tinha combinado de ir ajudar na cozinha e assim fez, e eu fui dar uma volta de bike pela redondeza com o Rudy. Foi um tempo especial de compartilhar as coisas de Deus em sua vida e é incrível como Deus trabalha na vida dos levitas e músicos por todo o mundo. As lutas e problemas são os mesmos, e Deus sempre firme moldando a vida de cada um. Compartilhamos situações muito semelhantes e nos identificamos muito! Ele me falou do seu chamado para estar trabalhando na casa, e como Deus tem trabalhado em sua vida. E ele abriu mão de tudo isso para estar com seu tempo e vida dedicados a cuidar de crianças como filhos, ensina o que sabe a elas, e canta e dança como um louco quando está ministrando louvor a Deus com os pequeninos. É contagiante!
Depois ajudei a levar o lanche para as crianças na escola, e novamente uma surpresa o que eles fazem com você. As crianças são gratas e incríveis. Eles servem uma mistura de leite com arroz e açúcar, quente, e eles amam isso. Retornamos e ainda ajudei o Rudy! E a Jane firme na cozinha fazendo tortillas com as cozinheiras, me parece que fez umas quatrocentas! Servido o almoço, ela passou no teste das tortillas!
Eu me sentei na mesa com os garotos mais velhos, entre 12 e 15 anos, e compartilhei algo sobre minha infância, de como meu pai saiu de casa e como isso afetou minha vida. Depois, o que Deus fez no tempo Dele, e onde estou hoje e como Deus fez isso, tentando deixar uma mensagem para eles de que Deus precisa de tempo para transformar as coisas. O espírito me falou sobre o prato de comida, que é o nosso alimento, e que em 30 minutos desaparece, mas pode levar até seis meses para esse prato chegar a minha frente. Considerando o tempo de plantio do arroz, do feijão, de criação do frango e plantação de verduras e legumes. Depois compartilhei da história de José do Egito, de como ele foi vendido e abandonado pelos próprios irmãos, mas Deus tinha um propósito, anos mais tarde para usar sua vida para salvar sua própria família da fome que se abatia na região. Creio que foi um tempo muito precioso.
À tarde, o Gustavo pediu para que eu colocasse o Valente perto da mangueira pois os meninos e ele iriam lavar o Valente. Presente de Deus. Eu também ajudei e depois sequei tudo. O calor era grande e todos estava com o tempo livre. Novamente fomos todos para o rio. Hoje as meninas, a Janeh e a Mirna, diretora da escola, também foram. Ficamos horas dentro do rio entre mergulhos e brincadeiras. Nunca na minha vida havia feito isso. Já no final de tarde todos saíram para tomar banho e se arrumar para a janta.
Após a Janta, as crianças tiveram um tempo de louvor, meditação e ao final ainda oraram por nós, que partimos amanhã!
Depois, ainda conversamos um pouco com o Daniel e a Raquel sua esposa sobre o nosso tempo ali, o que vimos eles nos compartilharam alguns de seus sonhos, suas lutas, fotos de fomos as crianças chegaram ali, o que Deus fez nestes três anos... Tantos milagres, mas ainda tantos precisam acontecer! E nos comprometemos a orar e tentar ajudar, e ver quais os planos de Deus para nossas vidas, foi um tempo muito gostoso que levamos gravado em nossos corações. Oramos com eles e fomos dormir.
Estamos certos de que é tempo de partir. Hoje temos uma grande maratona pela frente. A distância não é tão longa, mas sabemos que vamos gastar quase o mesmo tempo dirigindo e fazendo os trâmites de aduanas. Acordamos cedo, e nos despedimos de quem foi possível, oramos mais uma vez com o Daniel e com a Raquel e partimos pontualmente às 7 h da manhã.
Leia mais e veja as fotos em Um Lugar Surpreendente!
El Salvador e Honduras
Estamos certos de que é tempo de partir. Os trâmites das fronteiras foram os mesmos, porém, posso destacar que mais rápidos que na ida. Alguns lugares estavam com os trâmites concentrados o que facilitou um pouco.
Muita estrada, e próximo a Honduras, muito buraco, começou a anoitecer e não conseguimos cruzar a fronteira da Nicarágua como era o plano, mas Deus nos deu a direção de ficar em um posto de caminhões, DISSPA, bem próximo à fronteira e um lugar bem seguro. Ali dormimos.
Nicarágua
Acordamos e fomos fazer os trâmites. Saímos de Honduras e entramos na Nicarágua, agora sim, depois de uma hora de tramites, fomos conhecer a praia de Corinto. Antes passamos no supermercado Máxi e compramos um frango assado para o almoço, pão, água e frutas. Falando em frutas, desde que saímos dos EUA, não compramos frutas pois sabíamos que nas fronteiras iriam nos tomar, mas já cruzamos 10 fronteiras em cinco países e ninguém revisou nosso carro e nem olhou se tinha frutas! Na ida perdemos muita coisa pois sempre diziam que não podia e vinham olhar no carro. Enfim, compramos frutas para comer e vamos tentar comer antes de ir à Costa Rica.
Fomos conhecer Corinto, uma pequena e simpática praia, colônia de pescadores com um porto que movimenta o comércio local. Nós paramos perto do mar fizemos nosso almoço e saímos, pois tem muita pedra ali e não há lugar para acampar.
Seguimos viagem e chegamos a Managua. A Jane foi uma ótima navegadora nos guiando aqui na Nicarágua pois os mapas que temos no GPS daqui são muito básicos e não conseguimos seguir por ele, mas com mapas físicos e o iPad a gente chega. seguimos para Granada e decidimos nos instalar desta vez no Corpo de Bombeiros, pois é bem no centro e bem localizado, tem o que precisamos e foi ótimo!
Costa Rica
Acordamos e tomamos nosso café com direito a frutas agora. Tudo certo para partir, no caminho fomos decidindo de ficamos em San Juan del Sur ou cruzamos a fronteira. Decidimos cruzar. No caminho meu coração estava emocionado e meio chorão, pois estava grato a Deus por estar passando pela Nicarágua pela segunda vez. Não sei dizer o porquê, mas gostamos muito desse país.
Chegando na fronteira já fomos cercados por muitos " despachantes" oferecendo seus serviços para ajudar nos trâmites. Percebemos que o pessoal da Aduana e da fronteira estão incomodados com esse povo. Fomos direto fazer nossa saída e cancelar a permissão do carro. Na Nicarágua se paga para entrar e sair, gastamos cerca de 45 min para somente pegar os carimbos de saída e mais uns 15 minutos para fazer a saída do carro. Bem, saída feita, após uma hora, fomos fazer a entrada da Costa Rica, mais uma hora com todos os trâmites. Total do dia nas fronteiras foi de 2 horas.
O legal ali é que a gente conhece um monte de gente, viajantes de todos os tipos. Conhecemos um casal de Chilenos que foram aos Canadá viveram e trabalharam por um ano, compraram uma pick-up Ford com uma camper e foram ao Alaska e estão descendo para a Patagônia. Detalhe importante o carro funciona com azeite de cozinha usado. Eles ganham nos restaurantes e com isso não tem despesa de combustível. Incrível até onde vai a criatividade do povo. Certos estão eles além de ecologicamente corretos, são o pessoal do Upachalupa.
Seguimos e paramos no El Delfin como era o plano. Aqui nós alojamos perto das 14h e fomos dar uma deitada. O tempo estava quente, mas com muito vento o que deixa o tempo mais seco e agradável. Amanhã saímos cedo, pois essa região está repleta de obras e por ser domingo, tem menos movimento na estrada e vamos tentar passar com mais tranquilidade.
De volta a Uvita
Sete da manhã e estamos prontos para ir até Uvita hoje. São aproximadamente quatrocentos quilômetros, para seis horas de estrada. Hoje não tem fronteiras e vamos ficar no camping El Tecal por uns três dias para trabalhar no site e descansar de tanta fronteira.
Saímos cedo para evitar trânsito de caminhões e obras. Foram 50 km de obras, mas estava super tranquilo. Acertamos na decisão. Passamos na cidade litorâneo de Jacó. É um point de praia, um lugar badalado. Paramos no mercado e foi incrível pois milhares de motocicletas estavam parando ali para comprar cerveja, água e salgadinhos, além de se reunirem. Pegamos nossas compras e fizemos um lanche. Até tentamos entrar no balneário para ver a festa, mas a fila de carros era imensa e o calor também, desistimos.
Voltamos a estrada e seguimos, mais uns 120 km e chegamos em El Tecal, em Uvita, nos instalamos, a Janeh fez um almoço maravilhoso como sempre, arroz na nossa panela elétrica que funciona muito bem, macarronada de ontem, o final dela, salada e um frango assado que compramos no Maxi.
Depois o calor estava castigando um pouco, demos um tempo para atualizar onde estamos e fomos nadar um pouco e relaxar. Vamos ficar uns três dias e seguir bem relax para atravessar para Colômbia na próxima semana.
Dia de fazer amigos
No dia seguinte, na piscina e conhecemos dois casais da Espanha, que chegaram ao meio dia: O Javier e a Diana de Cataluna, e o Juan Carlos e a Beatriz, de Burgos! Eles se conheceram porque a Companhia aérea perdeu as bagagens das duas, e isso os uniu para viajarem por aqui. Depois de muita conversa na piscina, nos convidaram para um jantar, já que um dos casais, tem um restaurante na Espanha e ela, a Diana é chef.
Antes do jantar, fomos todos a praia de Uvita, que está dentro do Parque Nacional Ballenas. Vimos o pôr do sol, tomamos um banho de mar e voltamos para o nosso jantar.
Com todos os viajantes que conversamos é unânime o pensamento de que a Costa Rica abusa nos preços cobrados dos turistas! Encontramos alguns viajantes que dizem passar direto pelo país, por causa dos valores! Este é o país mais caro de todo o continente americano! O que é uma falta de visão por parte dos governantes, pois sabemos que a propaganda boca a boca, é mais poderosa que qualquer outra! E muitos saem decepcionados e se sentindo lesados!
Conversamos e comemos juntos, foi um tempo muito divertido e enriquecedor, para nós, sempre que podemos conversar sobre outros países e a forma de vida é ótimo. Como eles já tinham comprado a comida, ajudamos com as especiarias, pois eles não compraram muita coisa e nós temos muitas. Depois do jantar, ficamos de papo até tarde.
Playa Las Ventanas
Acordamos e, enquanto tomávamos café, eles já estavam saindo para dar uma volta, pois alugaram um carro e andam juntos. Não demorou, o Javier e a Diana retornaram sozinhos. Não se acertaram com o valor do passeio a barco e enquanto o Juan e a Beatriz saíram de barco resolveram fazer outra coisa.
Eles nos convidaram para ir a uma outra praia, gratuita, Las Ventanas, aceitamos e fomos conhecer. Alí tinha um pessoal do Canadá com uma camper e um pessoal do México com uma Kombi acampados. Uma praia pequena, mas muito interessante, com cavernas nas pedras que ligam a areia ao mar! Chegamos e a maré estava meio alta, por isso não dava para ir até o final! Ficamos ali na praia, tomando banho de mar, conversando, tiramos umas fotos, comemos um ceviche e retornamos, pois o Javier precisava ir buscar o Juan e a Beatriz do retorno do passeio.
Eu e a Jane ficamos na piscina, trabalhamos mais um pouco no site, comemos algo e ficamos por ali apreciando o calor da Costa Rica.
O Javier e a Diana estão indo hoje para San Jose, pois vão pegar um avião amanhã cedo para a Jamaica. Nos despedimos e o Juan foi levá-los para ao terminal de ônibus! Ficou o convite de irmos à Europa e conhecer a Espanha. Novos amigos pelo mundo.
A Janeh está pensando em ficarmos um dia a mais aqui e saímos na quinta ou, quem sabe, na sexta pela manhã, vamos decidir amanhã. Ficar parado nos dá uma preguiça de seguir, mas, temos que ir. Temos data para pegar o ferry, que vai eixar de funcionar.
Nos despedimos do outro casal que farão um passeio até o Corcovado aqui na Costa Rica; uma aventura pela selva. E, em dois dias, cruzam o Panamá para ir a Bocas Del Toro.
Panamá
Playa Las Lajas
Decidimos seguir para o Panamá, pois temos dúvidas se podemos ou não fazer os trâmites para o carro no domingo, e embarcar na segunda. Eu escrevi um e-mail para o Ferryxpress, porém não obtive resposta! Então, não queremos ter que chegar e não poder embarcar por conta disso.
Sair da fronteira da Costa Rica até foi rápido, em quinze minutos estávamos prontos, preenchemos uma ficha aqui, outra ali, pagamos sete dólares cada um e pronto. Sim, pagamos para sair da Costa Rica! Aqui não tem jeito, o banco está ali esperando! Este é o país que mais cobra no seguro do carro e o único que cobra quando saímos do país!
Mas o pior estava por vir! A chata fronteira de entrada do Panamá. Para nós quando entramos e quando saímos do Panamá em nosso trajeto de ida, foi um stress! Leia mais em Fase I - Panamá. E a história se repete!
A fila de mulas, ou caminhões, estava gigante! Penso que um quilômetro, pelo menos. Mas nós sempre passamos e vamos lá na frente, pois lá na fronteira tem serviços diferentes para carros pequenos e transportistas. Eram onze horas e chegamos próximo do horário de almoço do povo! Isso mesmo, tudo estava em câmera tartaruga, e a fila só aumentando. Paramos o Valente longe da vista da moça da imigração pois não havia lugar próximo.
Depois de mais de meia hora na fila, sem nenhuma informação, tabela, ou pessoa para orientar nada, quando chegou na nossa vez, ela queria ver o carro. Eu disse que estava atrás dos dois ônibus que estavam ali, e ela não gostou muito, mas eu não tenho culpa. Sendo assim, ela sentou e disparou o absurdo: que tínhamos que mostrar U$ 500 dólares em dinheiro, cada um, e o seguro do carro, que tem de ser feito antes de qualquer coisa. Se não tivéssemos dinheiro tínhamos que mostrar um extrato bancário com mais de U$ 500 dólares na conta. Ridículo, mais uma das exigências sem sentido do Panamá. E disse que, ou mostramos o dinheiro, ou não entramos! E que precisava ver o seguro também.
Graças a Deus tínhamos o dinheiro em espécie! Então fomos fazer o seguro e depois voltamos. Sinceramente, deu vontade de esfregar o dinheiro na cara dela, mas ficamos somente na vontade! Eu não vi, mas a Janeh disse que eles estavam pedindo para todo mundo mostrar o dinheiro.
Em seguida, fomos fazer a permissão do registro do carro para trânsito no país. Mais de uma hora esperando pelo documento! No total, foram duas horas e trinta minutos, o recorde absoluto de todas as fronteiras. Agora tem que pagar para a fumigação, e depois mais um carimbo e depois mais um para assinar tudo. Bem, no total, foram 10 pessoas envolvidas ao final do processo, que levou 2:30h.
Saímos, dirigimos 75 km e estávamos na linda praia de Las Lajas, onde pudemos descansar de todo esse estresse. Se acham que a gente não passa um estresse viajando e vivendo assim, passa sim!
A praia de Las Lajas, o lugar é lindo, passamos por uma ótima estrada pavimentada, o pequeno centro, uma escola, central de polícia, um mercado, uma farmácia, e a praia. Tínhamos uma coordenada que deu em um restaurante bem rústico, de cara para a praia, e o dono, o senhor Fernando, um colombiano que vive com a esposa filha e neta por ali, muito atencioso! Ele ainda nos ofereceu energia e água, sem cobrar nada! E, é claro, almoçamos um delicioso pescado, pargo rosa, e a noite, jantamos no seu restaurante, pagando assim, o nosso estacionamento.
O lugar é maravilhoso, o por do sol é lindo, uma lua cheia que nos convidou a ficar caminhando pelo mar a noite. Uma brisa gostosa fez com que a temperatura caísse e nem precisou do ar condicionado. Fez até um friozinho de madrugada. A vontade de ficar mais uns dias era grande! Mas, sem a resposta do Ferryxpress, decidimos sair no dia seguinte.
Cidade do Panamá - Ferry Xpress
O trecho de David, logo após a fronteira Panamá/Costa Rica está em obras! São cerca de 200 km, que está sendo duplicado. Acredito que, mais uns dois anos, final de 2016, a obra deva estar pronta. Mas isso torna a viajem cansativa, pois tem bloqueios, a velocidade média cai e tem muitos buracos, pois o trânsito de caminhões é grande em função da obras.
Mais 100 km e chegamos a tempo de fazer a reserva e deixar tudo pronto, pegar o endereço da DIJ, fazer os documentos e trâmites no dia seguinte.
Para chegar no escritório do Ferryxpress até foi fácil, mas para sair de lá, a coisa complicou! Nós erramos o caminho umas algumas vezes, e vou dizer, errar aqui no Panamá e fácil, fácil! Mas conseguimos e achamos ao menos um dos lugares (a vistoria é feita num lado da rua e o documento é entregue no outro lado! Mas é uma avenida grande e movimentada e precisa fazer um retorno alguns quilômetros adiante! O outro, amanhã vamos sair cedo para encontrar.
O próximo desafio era chegar no Yate Club Balboa, onde temos informação de que é permitido parqueio de Motorhomes! E, é claro, erramos o caminho novamente, mas chegamos lá. Para nossa surpresa e felicidade havia uns trinta carros, 22 só de um grupo da Europa que estão indo ao Alaska. Ver Panamericana.com.
Eles chegaram por Buenos Aires, desceram ao Ushuaia e estão indo ao Alaska com vinte e dois carros. Além de outros carros da Alemanha, Áustria e França. Precisávamos de água e fui a um bar ali perto e nos deram água para completar o tanque. Estacionamos e fomos dar uma volta pelo Yate clube e tirar umas fotos no canal do Panamá e da ponte das Américas.
Voltamos ao carro, e a Janeh fez uma tortilla espanhola que o Juan Carlos ensinou com ovos e batata, uma espécie de omelete de batata. Ficou muito gostoso, e nos sentamos ao ar livre e comemos ali. Amanhã precisamos levantar cedo para a maratona de trâmites de embarque e despacho do valente.
Ir a DIJ fazer vistoria Leia mais em FerryXpress - Panamá-Colômbia!
Estudamos bem os mapas e roteiro, pois aqui na cidade do Panamá é uma confusão. Saímos e graças a Deus, oramos antes, e deu tudo certo. Achamos a entrada e estacionamos na Aduana. O lugar fica em um bairro pobre, sujo e de difícil acesso. Fui até o escritório e ali me disseram para aguardar no carro, ou seja: fique no carro, informação zero.
Eu tinha deixado a Jane dentro do carro com o ar condicionado ligado. Graças a um sujeito que aguardava com seu carro desligado e com a tampa do motor aberta, eu fui até ele dar um bom dia e ele me disse, desligue seu carro e deixe o capô aberto, pois se o vistoriador chegar e o motor estiver ligado ele vai deixar você esperando até esfriar o motor. Coisa de cinco minutos estávamos prontos. Nos orientou a voltar do outro lado da avenida, no DIJ para pegar a declaração.
Fomos a DIJ, ali o problema era estacionar. Paramos um pouco longe e a Jane ficou no carro com o ar condicionado ligado e lá fui eu. Uma mulher pegou cópias de tudo e pediu para aguardar. Estávamos em cinco pessoas. Esperamos exatas duas horas sentados. Pelo menos não pagamos nada neste processo. Retornamos ao escritório do Ferryxpress, e concluímos nossa compra.
Eram quase seis horas da tarde e o trânsito estava um caos para sair da cidade. Ali em frente tem o Multicentro, um shopping ligado ao Hard Rock Hotel do Panamá. Que coisa horrível isso, logo ali! Deixamos o carro e fomos dar mais umas voltas enquanto o trânsito escoava e demos a nossa volta no hotel e bar do Hard Rock Cafe. Passear por esse hotel sempre é muito show.
Fizemos um lanche, saímos, pegamos o carro e voltamos para o Yate Club Balboa para mais uma noite. Ficamos ali tirando fotos da lua, abrimos uma cerveja gelada com um salgadinho e ficamos descansando pois o dia foi longo. Peguei o violão e fiquei tocando. Banho e fomos para a cama. Mas sexta à noite tem muitos carros passando com o som alto e uma festa por perto! Foi até tarde da noite o barulho
Saímos um pouco cedo, e descobrimos que tudo que podemos visitar somente abre após as dez horas da manhã.
Fizemos um reconhecimento do lugar e resolvemos ir a cinta costeira e se aventurar pela cidade. Fomos até as ruínas da Panamá Viejo, e passamos por alguns bairros. Andamos para lá e para cá na cidade e fomos conhecer o Museo da biodiversidade, que conta a história do surgimento do istmo do Panamá, bem como o surgimento de dois oceanos e a sua influência na vida do Planeta.
Retornamos ao nosso lugar de acampamento e dessa vez escolhemos ficar próximo ao canal, em uma rua sem saída e com muito vento, o que ajudou a amenizar o calor. Usamos nosso gerador para carregar a bateria e aproveitamos o lugar.
A noite foi super tranquila nesta posição e saímos logo cedo para uma caminhada na orla do canal. Muita gente por ali fazendo exercícios e praticando algum esporte. Retornamos e, com nossas cadeiras, achamos uma sombra para relaxar.
Mais tarde, lá pelas 16hs, o Hugo e a Natália, o casal do Canadá que conhecemos há uns dois dias e que viaja com seu grande cachorro, passaram e estacionaram perto de nós. Fui até lá e conversamos um pouco. Eles viajam desde 2005 entre Canadá e Panamá, vão e voltam cruzando fronteiras e fugindo do frio do extremo norte. Fui ao píer tirar mais fotos da Puente de las Américas e retornei. O Hugo e a Natália vieram até nosso carro e conversamos mais, agora junto com a Janeh.
Colón
Saímos cedo e trânsito já estava começando a ficar parado, cruzamos e seguimos em direção ao corredor norte. Em uma hora chegamos ao porto, sendo os primeiros.
Ali Conhecemos uma Turma Especial! Logo chegou um casal da Bélgica, o Matthijs e a Gerlinde, dois jovens que foram aos EUA e lá compraram um carro, um Saturn branco somente que aguentasse a viagem até o Brasil. Estão descendo e, entre Chile e Brasil, vão vender o carro e voltar para a Bélgica. Depois chegou um casal de moto, o Neil e a Francezca. Ele da Irlanda e ela da Alemanha. Entraram pelos EUA e vão descer ao Brasil. Ambos fazem a viajem do ano sabático.
Fomos os três até a mesa da recepção, que agora estava aberta, e lá nos pediram muitas cópias, cinco de cada documento. Eu tinha muitas, porém não o suficiente, e precisei fazer mais algumas ao preço de cinquenta centavos de dólar cada! Foram sete dólares de cópias. Um roubo, com certeza, mas não tem outro lugar. A mulher que nos atendeu falou para aguardar uma hora que viria alguém para fazer a vistoria.
Depois de duas horas, estávamos questionando se ela disse para voltarmos em uma hora ou há uma hora da tarde? Um trio de motociclistas da Austrália chegou sendo dois homens e uma mulher. Eles só perguntaram quais os processos, explicamos e eles ficaram por ali, só os três.
Mais tarde a Katherina, mulher que nos atendeu no início chegou, porém isso já era umas 11 h da manhã. Fomos até lá e ela disse que nossos documentos não estavam prontos, que deveríamos voltar em uma hora. Então questionei, se era em uma hora ou uma hora da tarde. Ela sorriu e disse que podia voltar as 2:30h. (hein!?)
Saimos eu, a Janeh, a Linda e o Matthijs e fomos até o primeiro portão da Zona Franca dar uma olhada e retornamos ao Porto e tivemos a notícia do dia: Talvez o ferry não vai sair pois existe muito vento, e ondas de até seis metros, e essa situação é muito perigosa! Pediram para aguardar a confirmação! Foi um caos.Alguns não acreditava! Ficaram indignados!
Me retirei do grupo e falei com Deus, que eu não queria embarcar com o tempo daquele jeito. Eu tenho sérios problemas com o mar, imagina com tempestade! Porém ás dezesseis horas, confirmaram que não embarcaríamos hoje, somente quarta-feira. Foi tranquilizador.
Agora a questão era, onde vamos ficar? Nós perguntamos se poderíamos ficar no estacionamento, é preciso água e energia. Nos permitiram acampar, deram água e energia.
Os três motociclistas voltaram para a cidade do Panamá. O Ferryxpress estava recebendo todos que ainda estavam por ali, permitindo que fiquem gratuitamente em cabines no navio, e na quarta-feira, quem não tinha comprado cabine para viajar, ganhariam como compensação uma cabina. Eles foram lá e confirmaram, porém eu e a Janeh ficamos no Valente. Ligamos o gerador para energia e carreguei o tanque com água.
Foram todos fazer o check In e voltaram para a janta! A Janeh fez um macarrão e jantamos todos juntos. Depois apareceu mais o Matt, um canadense que viaja sozinho e jantou conosco. Ficamos até as onze horas de papo. Depois, eles foram para suas cabines no navio e nós ficamos no Valente. A noite promete ser fresca com tanto vento.
As 8:30h todos estavam prontos para o café. As meninas prepararam ovos, café, suco e tostadas. Comemos como uma família e depois ficamos por ali, pois o dia é de comunhão e conversa. Aproveitamos para falar sobre nossos projetos. Nisso chegou um rapaz, mexicano, o Esli Mejía, que também estava no navio e disse que estava "peleando" por todos e por um melhor atendimento.
Dia de embarcar
Assim como nós na segunda feira, perto das nove um grande grupo de motociclistas chegou, e mais carros, para o processo de embarque. E nem o nosso, de segunda-feira, tinha sido feito. Mal sabiam eles que esperariam o dia todo no sol escaldante até que a boa vontade de aduana, polícia, e todos os órgãos, resolvessem fazer alguma coisa.
Com tanto tempo disponível novas amizades foram sendo feitas. Um casal da Malásia: o Wong Ying Thoe e a Allyson Tyk que viajam o mundo com uma motocicleta, são bem idosos, mas muito animados e sempre com um sorriso nos lábios! Depois descobrimos que o projeto deles se chama "A Journey of 100.000 Smiles" nome perfeito para eles!
Entre outros, um grupo de colombianos, um grupo da Alemanha, um senhor viajando com uma van carregada de livros, um outro guatemalteco com uma grande pick up com a esposa e três filhos e parte da mudança... Uma miscelânea de culturas!
O embarque foi pra lá de tumultuado, mas ás 19:30h o ferry estava com todos embarcados e saindo. Subimos ao deck, comemoramos, mas sabíamos que seria uma viajem dura, pois o tempo continuava ruim. É sim, foram horas terríveis, após a experiência de três dias de espera. Para mim que, tenho sérios problemas com enjoo, foi uma tortura!
Uma noite daquelas...
À noite foi a pior do ano, com certeza! As dezoito horas previstas no Ferryxpress, viraram vinte horas. Tomei remédio para enjoo, o que ajudou muito, foram cinco comprimidos durante as vinte horas, mesmo assim, em uma saída que dei da cabina, voltei e vomitei. Resultado, foram vinte horas de cama e sem comer!
A Janeh também passou mal e teve que ir à enfermaria e tomou remédio para enjoo também, pois compramos só para mim, ela geralmente não precisa!
Passado a tortura da noite, nos encontramos no saguão, e o comentário geral foi: todo mundo passando mal e vomitando a noite. Uma experiência desagradável, mas passou.
Para mim em particular, ficar 20 horas dentro de uma cabine de um navio balançando como se fosse um parque de diversão e dar uma vomitada só, foi um grande vitória, mas isso não me faz querer repetir. Dizem que não era para ser assim, mas que devido às péssimas condições marítimas da época a coisa ficou feia mesmo. A Janeh já falou que posso ficar tranquilo que ela não vai me pedir para fazer um cruzeiro...
Saiba mais em Fase I - Retorno América do Sul.