Honduras/El Salvador
Um Pouco mais de tempo...
Na entrada de Honduras tivemos que pagar U$ 40 dólares para fazer os trâmites. Só para passar no pais que em duas horas iríamos sair. Tudo certo, polícia, imigração, aduana, todo mundo ganhou o seu e vamos em frente.
Tínhamos um grande receio de cruzar Honduras pois havíamos ouvido falar sobre um país perigoso para o turismo e que só serve de passagem. Falamos com um policial que nos mostrou um país que se pode cruzar com segurança. Nos deu muita informação o que nos tranquilizou muito. Porém, decidimos ir direto a fronteira de El Salvador que estava a 40 minutos.
Depois a fronteira de El Salvador. Essa deu trabalho! A moça da imigração estava encrencando com a foto de todo mundo. Como se cortar e pintar cabelo fosse um grande problema. Para uma garota ela disse que a foto do passaporte estava diferente pois ela estava de chapinha e com o cabelo pintado, Oi?!! Na minha foto ela disse que tinha sombra e não poderia ter, desconfiou que meu passaporte era falso e foi montado com outra foto. Mostra pra um, pra outro, fala com oficial até que alguém liberou, ufa! Finalmente, para a aduana. Outro trabalho! Duas horas depois tudo pronto.
Nesse momento encontramos uma Kangoo da Argentina com três caras de camiseta igual com o carro todo adesivado, indo para o Alaska. Eles são os " Los Náufragos " uns figurões, estão indo ao Alaska e disseram que vão largar o carro por lá e voltar de avião. Saíram de Buenos Aires há um mês e estão aqui em El Salvador. Caraca, um mês!!? Eu fiz em quatro meses e tem gente que diz que vim muito rápido! Trocamos uma ideia e seguimos. Conversei um pouco com uns caminhoneiros que me deixaram mais tranquilo sobre cruzar El Salvador e a Guatemala.
Laguna de Alegria
Nosso próximo ponto era na Laguna da Alegria. Saímos do nível do mar para 1300 m.s.n.m e chegamos a uma estrada de pedra, um tanto íngreme para nosso carro, mas decidimos ver onde ia dar. O lugar é uma cratera de vulcão extinto com uma lagoa verde.
Encontramos aqui o Rodrigo e a Claudia, um casal que vive em Berlin, uma cidade há 30 minutos de Alegria. Conversamos e eles falaram um pouco de El Salvador e nos deram muitas dicas o que nos deixou também mais seguros sobre El Salvador. São médicos e nos falaram da situação do país, e sobre o seu povo com muita paixão! Nos despedimos agradecendo as informações!
Decidimos passar a noite ali na Laguna da Alegria. O lugar é silencioso e tranquilo e somente nós estamos aqui, além do segurança e uma família que está no meio da mata dormindo em redes de dormir! Crianças, idosos, jovens, casal, cachorro, todo mundo! Depois dizem que nós e que somos loucos!
Foi uma noite com temperaturas muito mais agradáveis do que vínhamos tendo, devido a altitude que estávamos. Choveu a noite, o que ajudou a refrescar também. A Janeh, pra variar, acordou a noite e não dormiu mais até a chuva passar. Diz ela que ficou orando porque estava ventando muito e estávamos dentro da área da lagoa. Acho que ela pensou que poderia encher e nós ficarmos boiando ali.
Nesta área existe uma escola bem próxima e logo cedo ouvíamos as primeiras crianças chegando. Levantamos e fizemos nosso café fora do carro, depois fomos meditar á beira da lagoa. O clima estava muito agradável, tudo estava perfeito, até umas canções do Jesus Adrian Romero estava tocando no pátio da escola, o que para nós teve um significado todo especial, por estarmos fazendo 4 meses que estamos na estrada. Porém, eles estão na semana de festas pátria (celebração da independência), as escolas estão ensaiando com suas bandas e fanfarras. Foi quando chegou o professor da fanfarra e começaram os ensaios. O clima desapareceu na hora.
Saímos dali em direção a cidade de Alegria e depois a cidade de Berlin, que ficam bem próximas. O que encontramos pela estrada foram muitos trabalhadores homens e mulheres com seus facões cortando o mato pela estrada e ou cortando lenha, ou trabalhando nas diversas plantações de café que vimos pelo caminho. Chegando no centro da cidade de Berlin, mais fanfarras e muita gente simples, mas trabalhadora com seus facões na cintura.
Ruta del Sol
Decidimos então, conhecer o litoral e descemos a serra em direção a Costa de El Salvador. Com muita descida em muita curva, logo chegamos a Ruta del Sol, uma rodovia em ótimas condições duplicada e com seguranças e polícia fortemente armada por todo lado, além de barreiras do exército.
Nós chegamos a praia de Marcelino, e fomos dar um "oi" para o Pacífico. Logo vieram dois homens oferecendo seus manjares para o almoço. Pensamos, que o horário já estava avançado e decidimos comer um ceviche de camarão e pescado. Estava com bom preço e delicioso! Conversamos com o dono do restaurante e sua esposa, que nos deram muitas dicas, e a mais importante: que a fronteira que pretendíamos cruzar estava fechada para reformas, cremos que ganhamos um precioso tempo com isso.
Lago Coatepeque e Cerro Verde
Saindo em direção a capital San Salvador, subida novamente a 2000 m.s.n.m, e tínhamos três coordenadas, duas no Lago Coapetepe e outra no Cerro Verde. Quando chegamos, depois de 6 km em uma estrada muito ruim há menos de 20 km por hora, ofereciam somente um estacionamento bem inclinado sem infra-estrutura nenhuma, no pátio de um restaurante, mas como estava ficando escuro, decidimos ficar ali mesmo. O lugar também é uma cratera de um vulcão extinto. Uma lagoa linda e imensa, mas o lugar está cheio de bares e restaurantes ao redor e píer de barcos, lanchas e jet sky, uma sujeira, infelizmente.
Na manhã seguinte decidimos ir conhecer o tal Cerro Verde, e sobe serra, chegamos a mais de 2000 m.s.n.m., novamente e fomos surpreendidos com um vento gelado no alto da montanha. Um lugar lindo com vista para dois vulcões, um parque maravilhoso para acampar... Pensei comigo, "Ah se eu soubesse! Dormimos naquele lugar e este estava aqui há 30 minutos de nós".
Ali se encontra um hotel que foi construída há uns 20 anos com vista para um dos vulcões em atividade. Porém, quando terminou a construção, o vulcão se extinguiu. Desde então, há 18 anos, o local ficou fechado e continua, sendo somente ruínas de um grande hotel. Mas o lugar ficou sendo uma ótimo opção para acampar.
Descemos, e fomos em direção a fronteira de El Salvador com Guatemala, que estava a somente 30 km. Chegamos rápido e fomos novamente surpreendidos com a fronteira fechada temporariamente devido as comemorações da independência. Fui até o guarda e disse que era estrangeiro e estava com um Motorhome e que precisava passar. Nos liberaram.
Leia mais em Fase I - Guatemala.