Alaska - The Last Frontier - II

Caminho de Prudhoe Bay - Chegamos no Círculo Ártico

E depois de 18 dias de nossa primeira ida a Prudhoe Bay, que terminou em Finger mountain, com o problema na transmissão, nos despedimos de Cláudio e Thereza e da Julie e saímos com JP e Ioana, do Projeto Keeponexploring, da Romênia, há alguns meses na estrada.

O primeiro dia sem chuva em mais de duas semanas nos animou a seguir.

Combinamos ainda de encontrar outros 2 viajantes que iriam junto, e encontramos o Curt e a Lyn da Austrália, do Projeto Twoxtw, que viajam há mais de 3 anos, maior parte em moto, na entrada de Livengood, antes da Dalton Highway.

Paramos na placa da Dalton Highway e seguimos viagem. Diferente da primeira experiência com chuva e sem poder ver nada da paisagem, desta vez um sol tímido, mas acolhedor nos permitiu contemplar a beleza do lugar. Muitas árvores, montanhas e lagos ao longo da rodovia, hora asfaltada hora de barro.

Uma viagem tranquila. Paramos na milha 60 no Hotspost Café, onde fica a Pump Station (estação) 6 da pipeline que leva óleo extraído de Prudhoe Bay por todo o Alaska até Valdez.

Passando pelo Finger Mountain, onde quebramos da primeira vez, avistamos um lindo arco-íris, para nós sempre nos falando da aliança de Deus conosco. E este arco íris nos seguiu até passarmos este ponto algumas milhas adiante, um espetáculo lindo.

Chegamos na milha 115 onde passa a linha do Círculo Ártico, 66, 33”. Era final de tarde e decidimos pernoitar ali. Ali ainda conhecemos um ciclista da Califórnia chamado Chris, que veio de avião até Prudhoe Bay e estava retornando de bicicleta.  Seu objetivo é fazer todo o Alasca de bicicleta. Tivemos um tempo juntos depois da janta e ficamos escutando as histórias dele, que trabalha conhecendo estes lugares e indo a escolas e grupos de escoteiros compartilhando de suas experiências. Muitas histórias.

Chegar aqui é muito especial para nós. E não podemos deixar de lembrar de cada um que nos apoiou no conserto do nosso RV e nosso coração é muito grato a Deus por cada um que Ele moveu a colaborar.

 No fim sentimos que cada um chegou conosco. Uma conquista, não de duas pessoas, mas de centenas.

21/08 - E a história se repete...

Combinamos de sair às nove. Mas o Curt e a Lyn decidiram voltar para Fairbanks. O objetivo deles era chegar ao Círculo Ártico. Nos despedimos deles e do Cris que segue para o sul, e seguimos nós e o JP e a Ioana para o norte.

Ficamos felizes que não amanheceu chovendo. E seguimos debaixo de uma forte neblina uma boa parte do caminho.

Paramos em Coldfoot, no centro de visitantes pegar algumas informações, ficamos sabendo que precisávamos ligar e reservar para ir ao oceano ártico. Fomos abastecer aproveitamos e ligamos fazendo a reserva.

O acesso ao oceano fica dentro de uma área fechada e eles disponibilizam um ônibus que sai duas vezes ao dia. O valor é de $69 por pessoa.

Saímos de Coldfoot e logo avistamos as montanhas e a estrada de chão batido se tornou nosso corredor de passagem.  Quase no outono, as árvores começam a mudar suas cores e o amarelo, vermelho e laranja começam a tomar conta da paisagem.

As montanhas nevadas dão a paisagem o toque especial, e fazem o visual ficar incrível à medida que subimos.

Nosso carro quase não subiu o Passo Atigum Pass, e nosso coração já ficou apertado. O que será dessa vez?

A mudança de paisagem depois do Atigum Pass com 4735 ft ou 1420 m.s.n.m é impressionante e as montanhas ficam para trás dando lugar a tundra e uma paisagem.

Quando estávamos a 100 milhas de Deadhorse nosso carro começou a fazer um barulho estranho, começou a perder força em uma subida e parou…. Nosso chão desapareceu... pensamos oh não! De novo? O que pode ser? Transmissão refeita, óleo trocado, cardam engraxado, tudo estava funcionando perfeitamente… não conseguimos acreditar… conseguimos manobrar até um lugar com espaço no acostamento e estacionamos.

O Toninho olhou tudo que puderam imaginar com o PJ e não descobriram nada. Fizeram um filme no celular e o JP decidiu ir a Deadhorse ver se consegue um mecânico e tentar cancelar nosso passeio ao Oceano Ártico.

Ficamos aqui… tentando entender o ocorrido. Oramos, choramos e entregamos nas mãos de Deus. Não conseguimos imaginar como sairemos dessa. Sabemos que aqui o guincho não vem. Tudo é mais caro e difícil… precisamos de outro milagre.

Agora só nos resta dormir e esperar o JP retornar amanhã, ou um mecânico vir em nosso socorro.

Mais um dia de espera... “I need a Mechanic”

A noite foi longa. Ficamos na expectativa de que pudéssemos ver a aurora boreal, que estava em nível 4 esta noite. Mas acordamos às 3 da manhã e estava tudo nublado. Vamos ter que esperar mais um pouco.

Fizemos um cartaz de “I need a mechanic” e colocamos na estrada. Escrevemos dois grandes HELP nas laterais do carro e ficamos esperando. Nossa esperança é que passe algum mecânico por aqui.

Precisamos esperar o JP voltar para ver se ele conseguiu algo, mas se conseguimos alguém que saiba o que fazer e que resolva podemos seguir até ele.

Custou para um carro parar. Interessante. Ficamos pensando se eles não leem ou… não sabemos. Só nos resta orar e esperar. As horas parecem não passar. Um carro finalmente parou com dois jovens caçadores. Eles nos ouviram e disseram não poder ajudar, mais dois funcionários de uma empresa com vários caminhões que estavam passando em comboio pararam. Também disseram não poder fazer nada.

Próximo as 12hs finalmente o JP chegou. Ele fez um longo caminho e nos explicou que foi em todas as empresas locais e nos trouxe o que ele julgou ser a melhor opção. Uma empresa que trabalha com motores Cumins e com Ford, cobram o valor de $150 dólares a hora e eles são os únicos que tem uma plataforma que talvez seja possível trazer nosso carro caso seja preciso. Também envia um mecânico para tentar resolver no local. Ele retornou para nos consultar porque achou o valor muito alto e estávamos a 100 milhas, exatos 160 km, e pela frente tínhamos algumas subidas e decidas e depois um longo caminho plano até Deadhorse com duas paradas de 30 minutos por obras no caminho. A distância vai nos custar bastante porque são ida e volta. Ou seja, 200 milhas e cerca de 6 horas. Fizemos as contas e ficamos na dúvida de tentar seguir mais um pouco ou pedir para o JP voltar e pedir o mecânico. A Ioana ficou em um acampamento aguardando caso a gente quisesse ir com ele no caminhão. Decidimos arriscar e tentar com o nosso carro. Ir o mais próximo possível. Oramos e ligamos o carro, partimos em primeira marcha e conseguimos vencer a subida a nossa frente. Depois foram descidas e subias uma após outra, nas primeiras 15 milhas conseguimos desenvolver uma velocidade e descer e subir, depois novamente fomos perdendo potência, o motor já não respondia mais e paramos. A questão é que ficamos na estrada em meio a uma descida e uma subida. O JP sugeriu nos rebocar, e aceitamos. Seguimos mais algumas milhas assim. 

Nas decidas grandes, nos retirávamos a fita e eu descia e embalava até onde conseguia, e parava novamente. Novo reboque e fizemos assim até que a 60 milhas nosso carro praticamente parou. Decidimos ficar ali e dormir ali mesmo e não forçar mais. Logo à frente estávamos na planta número dois na milha 359 da Dalton Highway, e conseguimos um telefone. O JP ligou para a oficina e já pediu que enviassem um mecânico com guincho, disseram que enviariam no dia seguinte. Então, decisão tomada, agora esperar mais uma vez. O JP seguiu de volta a Deadhorse para pegar a Ioana e fazer o passeio deles.

Ficamos ali no carro e a Janeh precisou ligar o gerador, porém o mesmo ligou com dificuldade e depois não trabalhou mais. Parou e não ligou mais. Isso nos acendeu uma luz que poderia ser um problema no filtro de combustível ou na bomba de combustível. Estávamos sozinhos e decidimos ter um tempo de louvor e adoração a Deus. Para nós, sempre, adorar a Deus é a melhor solução. Isso nos trouxe uma imensa paz e nos fez dormir melhor.

Guinchados a Deadhorse

Pela manhã acordamos e ficamos na expectativa da chegada do mecânico com o guincho. Próximo ás 8 h um carro com funcionários de alguma empresa da região viu nossa mensagem de HELP no lado do carro e pararam para ver se estávamos bem. Dizemos que sim, e que estávamos aguardando um mecânico. Eles insistiram e foram muito solidários nos oferecendo um breakfast com dois burritos e outros dois similares que não sei o nome. Quatro garrafas de água e mais um saco de docinhos e barras de cereais. Agradecemos e nos desejaram uma viajem segura.

Ás 9h30min o guincho chegou. Um jovem de 26 anos de nome Ian desceu e ficou medindo nosso entre eixo. Eu por minha vez fiquei medindo a plataforma, um guincho plataforma, muito melhor que o primeiro guincho que nos buscou em Coldfoot da outra vez. Porém a dúvida pairava no ar. Será que nosso RV caberá nessa plataforma?

O Ian, da Conan Contruction Co, se apresentou e eu perguntei a ele: “Você está pensando o mesmo que nós? Se nosso RV cabe em cima? ”.

Ele deu um sorriso e disse, “Yes… antes vamos dar uma olhada na situação”.

A situação não era boa, pois agora nem ligava mais nosso carro, assim como o gerador. Precisávamos colocar o carro em outra posição para subir na plataforma, mas ele não ligava mais. O Ian tentou algumas coisas e decidiu rebocar nosso carro com um cabo e assim colocar na plataforma. Feito isso, para nosso alívio, o carro coube.

Seguimos então em direção a Deadhorse. No caminho conversamos um pouco e ele nos contou como as pessoas trabalham no local. Não existe nenhum morador fixo, todos trabalham de duas a três semanas e ficam o mesmo período em casa, esses trabalhadores viajam todos de avião pagos pela empresa e tem alojamento e comida aqui. Eles não viajam pelas estradas locais.

Aproveitamos para contar para ele nossa história, que não somos apenas turistas, mas esta é nossa vida, trabalhamos online e que tínhamos acabado de refazer a transmissão e que precisávamos mais de um amigo do que de um mecânico. Ele pareceu entender a situação.

Algo que nos chamou muito atenção, foi o que o JP (keep0nexploring.com) fez por nós. Dirigiu 100 milhas para buscar um socorro e mais 100 milhas de volta em uma rodovia em construção e com trechos bem ruins, lama e terra, e duas paradas por obra de em média 30 minutos cada. Vimos o amor de Deus ali, mais uma vez.

Chegamos na oficina e o Ian nos indicou uma sala quente com café e chá. Após algum tempo eles vieram com o diagnóstico de bomba de combustível com problemas. Eles iriam então iniciar uma cotação de uma bomba nova e frete o mais rápido possível. Enquanto isso, embora tenhamos ouvido que os guinchos não atendem depois da cidade de Coldfoot, há 250 milhas dali, resolvemos tentar ligar para o Good Sam e checarmos a possibilidade de um reembolso, sendo que já usamos o guincho uma vez nesse mês. Eles nos atenderam muito bem e disseram que era somente pegar uma nota do serviço prestado e preencher um formulário no site, que eles fariam o reembolso. Ficamos muito felizes com essa notícia pois foram quase 6 horas de guincho. Isso são $900. Mais uma vez, louvamos a Deus por ter feito esse Roadside Assistence e super indicamos.

Resolvemos ligar para o JP e nesse exato momento ele e a Ioana entraram pela sala. Ficamos muito felizes de termos o encontro. Nos abraçamos e choramos juntos como grandes amigos, apesar de termos tido poucas horas juntos.

O chefe da oficina veio e nos deu o orçamento. Só nos cobrariam a peça, que teria que vir de Anchorage e 3 horas de serviço. Aceitamos a proposta e amanhã a nova bomba deve chegar aqui.

O chefe da oficina nos permitiu dormir no pátio e nos conectou a energia. Nos despedimos do JP e a Ioana que partiram em direção a Fairbanks. Amanhã vamos tentar fazer o passeio no Oceano Ártico e esperar o conserto do carro. Dormiremos mais um dia e partiremos sexta possivelmente. Esperamos que tudo corra bem.

Já estávamos na cama quando ouvimos barulhos atrás do carro. Esperamos e o barulho se repetiu desta vez na lateral e depois na porta do motorista. Levantamos correndo para ver o que ere a tempo de ver 3 ursos Grizzlies, a mãe e dois filhotes saindo correndo em direção a outro prédio de container mais à frente e desapareceram. Não deu nem tempo de pegar a máquina para tirar fotos mas ficamos com as várias pegadas deles por todo o carro.

Como no escritório da oficina tinha um aviso para ligar avisando caso víssemos ursos. Como não sabíamos o número, liguei para o 911 avisando e em 15 minutos chegou uma viatura com o Bem, policial em Deadhorse e seu parceiro.

Conversamos, eles foram atrás para ver se os encontravam, e ele nos disse “Welcome to Alaska” rimos um monte, eles nos aconselharam a não sair andando pela cidade a noite e acabamos conversando sobre o carro. Ele disse que tem um RV igual o nosso só que ano 91, falou ainda que o dele tem 2 bombas de combustível. E nos orientou a conversar e checar se o nosso também tinha para pedir as duas já. Amanhã veremos com o Bill e o Ian, que estão nos atendendo.

Deitamos felizes por tudo. Pelo andamento das coisas, por nos permitirem dormir na nossa casa e por termos visto ursos Grizzlies tão de perto. Deus é sempre bom.

Conhecendo Deadhorse e os acampamentos

Pela manhã conversamos com o Ian sobre a história das duas bombas, e avisamos que iríamos fazer o tour até o Ártico, que já estava pago.

Resolvemos sair e caminhar pela cidade e conhecer um pouco está região.

Deadhorse praticamente não tem residentes. Abriga o maior campo de extração de petróleo da América do Norte e o em condições mais extremas. Todos aqui trabalham nas indústrias petrolíferas ou prestadoras de serviços, e ficam 2 a 3 semanas aqui e depois voltam pelo mesmo período para casa. Trabalham 12 horas por dia, sete dias por semana. O valor da hora varia de $19 a $75 dólares.

A pipeline cruza todo o Alasca com 12 plantas de processamento, levando óleo ao longo do estado. Saem daqui em Prudhoe Bay planta 1 e vão até Valdez no Sul, planta 12.

Hoje são em número de 3000 trabalhadores, mas já foram em 8000 nos tempos áureos. De um processamento de 2.500.000 barris de petróleo por dia, hoje são só 500.000.  O fato de a extração de petróleo ser mais fácil e barata em outros lugares (dada as condições extremas do lugar) afetou muito a produção por aqui. Manter todo esse complexo é muito caro são milhões de dólares investidos aqui diariamente, plataformas fechadas para proteger os trabalhadores no inverno e maquinários caríssimos. O aeroporto opera praticamente para as empresas petrolíferas, levando e trazendo seus funcionários. E uma passagem daqui para Fairbanks (500 milhas daqui) custam $700 dólares.

Algumas informações interessantes. O inverno aqui é rigoroso com temperaturas médias de -50c. E com ventos de até 80km por hora. O que combinado determina o tempo que podem ficar expostos, de 30 a 5 minutos sem congelar. Aqui agora são 24 horas de luz do sol, mas no inverno são dias de escuridão, a noite polar. Tornando o lugar inóspito e as condições difíceis para quem trabalha aqui.

Pegamos uma carona com o Fred, daqui mesmo do Alasca, ele nos levou ao DeadHorse Camp, um dos acampamentos de onde sai o ônibus para o oceano ártico para confirmar nossa ida à tarde.

Confirmamos a nossa ida e resolvemos aí a Prudhoe Bay Store, onde ficam outros Camps - acampamentos das empresas que trabalham aqui, e o Post Office e onde fica a placa do fim da Dalton Highway.

Pegamos carona com um casal de alemães que viajam em uma van Dodge, O Chris e a Lisa do Projeto www.thepanamericana.jimdo.com. Eles compraram o carro em Vancouver e vieram até aqui. Agora eles voltam e vendem o carro Iara retornar. Foram tão prestativos que ele fez 2 viagens só para nos levar a Prudhoe Bay Store. Muito legal.

Tiramos foto na placa, visitamos a loja, compramos cartão postal para a família e decidimos caminhar e visitar os acampamentos. Muito interessante, passear por aqui e conversar com os trabalhadores, que na sua maioria são simpáticos e extremamente prestativos. Este é um lugar único na terra, dado o fato de ser um lugar remoto e de condições extremas. Interessante saber quem são e como vivem as pessoas que trabalham aqui.

Fomos para outro acampamento da empresa ICE Services, conversamos com o gerente, Tim, que nos deixou entrar, almoçar e ficar por ali utilizando a internet.

Pagamos para almoçar e no final, ele nos instruiu a pegar uma sacola e levar o que quisermos para lanchar, desde salgadinhos, doces, sobremesas, frutas, e o que você puder imaginar. Muito interessante.

Almoçamos, atualizamos as notícias para amigos e familiares e saímos para voltar ao local da saída do ônibus para o Tour.

Novamente pegamos carona e desta vez com o Rick, que estava indo para Prudhoe Bay voltou só para nos levar. Nos perguntou o que fazemos aqui e quando explicamos ele nos disse: “Uau, isto é o que todo mundo queria poder fazer!” No final tiramos fotos juntos ele quis tirar fotos nossas e nos despedimos.

Chegou o momento do passeio ao oceano ártico. Entramos em um ônibus com mais um casal de suíços com dois filhos que estavam vindo de Calgary em um RV alugado e depois retornam para lá, e com Cris, um chinês que estuda Business em Vancouver.

Passamos por uma guarita de segurança deixando a área de acesso público e entrando na área de acesso restrito (East check point) somente a trabalhadores e pessoal autorizado. O local é maior do que imaginávamos, com imensas empresas de todo o mundo que trabalham aqui, na extração de petróleo. Vimos as pipelines que atravessam todo o Alasca e por 45 minutos passamos por inúmeras empresas, acampamentos, hospital, prestadoras de serviços, maquinários e equipamentos caríssimos utilizados na extração de petróleo.

Chegamos ao oceano ártico e foi uma emoção, depois de duas tentativas, conseguir chegar e pisar o ártico é muito especial.

Colocamos os pés na água gelada, festejamos, fizemos um lanchinho no local e retornamos a Deadhorse. O motorista do ônibus, prestativamente nos deixou bem em frente ao local onde nosso carro está.

Chegamos e nossas peças não chegaram, temos que esperar até amanhã para o conserto. Temos que controlar a ansiedade e descansar em Deus.

Estamos com pouca água, e como não podemos ir buscar, isso faz nossos banhos ficarem escassos, e o uso da água extremamente racionados. Mas mesmo assim, tomamos um banho quentinho, um café delicioso e fomos trabalhar como podemos sem internet.

Mais um dia muito especial. Muitas informações, e emoções para levar na memória e ficar em nossa história.

Dia de espera – Adeus Prudhoe Bay

O mecânico Ian, bateu cedo em nossa porta. Eram 7:20h e avisou que a peça tinha chego e que ele começaria a trabalhar em 10 minutos.

Arrumamos as coisas, fomos para a sala de espera e ficamos aguardando.

Foi o dia todo de espera. Começou a bater uma ansiedade pois o orçamento dizia que eles gastariam 2 horas para trocar a bomba de combustível, e já estava há 7 horas trabalhando e nada. Aiaiai… começou a bater uma ansiedade... ficamos calculando o valor à medida que o relógio avança e a demora começa a nos parecer que pode ter algo mais... de novo só podemos orar e confiar.

Ás 14:30h a fome bateu e resolvemos procurar algum café, pois nosso carro estava no elevador e não podíamos pegar comida. Resolvemos sair e dar uma caminhada pela cidade. Fomos ao hotel Prudhoe Bay, e não tinha mais almoço, mas tinha um chile delicioso, com torradas, e o Toninho pegou um bolo. Uma delícia. Aproveitamos o lugar quentinho, pagamos $6 dólares e ainda usamos a internet.

Quando voltamos a oficina eram 17h, e nosso carro estava fora. Ficamos na expectativa de saber detinham arrumado ou se teríamos mais surpresas. Mas o Ian falou que estava pronto. Explicou tudo que foi feito, deu um produto para colocar no próximo abastecimento. Falou que o problema foi combustível com água, mais a bomba com idade avançada, e a estrada. Nos deu ainda um galão de gasolina extra para 5 galões, para evitarmos ao máximo abastecer em ColdFoot.

Ficamos bem apreensivos na hora de ver o tamanho da conta. Pois a previsão eram 3 horas de trabalho e eles gastaram 11h. A $150 a hora, mais o guincho... não queríamos nem pesar, mas não tínhamos saída, precisamos sair daqui.

Quando ele nos apresentou a conta, só tinham cobrado 3 horas de trabalho, as peças e o serviço do guincho, que a nossa assistência nas estradas Good Sam Roadside Assistence iria pagar. Nem acreditamos! E ainda deram um desconto no valor da hora. Só Deus mesmo para fazer estas coisas.

Resolvemos partir hoje mesmo. Pois a previsão para amanhã é de neve por aqui e ainda temos 800 km pela frente. Uma viagem pela Dalton Highway que pode levar de 12 a 15 horas, dependendo das obras e do estado da rodovia.

Viajamos 100 milhas, 160 km, em 3 horas. Vimos uma paisagem totalmente diferente. A tundra parecia um tapete de retalhos, em vermelho, laranja, amarelo e verde.

Na primeira parada para obras, um senhor que segura a placa Stop/Slow, de cabelos brancos e muito simpático, chegou e já foi perguntando de onde éramos. Falamos e começamos a conversar. Ele perguntou de onde éramos, e ao falarmos que éramos do Brasil já disse: “Ah sei vocês tiveram problemas na ida, não? Respondemos que sim, e ele disse: “E foi a bomba de combustível, não é?”, E pagaram uns $900 pelo guincho? Eu achei muito estranho ele saber tudo isso e já fui falando: “Sim, e pelo jeito esse tipo de problemas é comum por aqui?” Ele nos respondeu “Não, seu amigo passou aqui e conversamos e ele me contou!”. Rimos muito.

Ele contou ainda que está trabalhando aqui no verão. É aqui mesmo do Alasca, de Ester, no Sul e que ganha $10.000 dólares por mês. Trabalha 4 meses e depois viaja. Mais uma das histórias deste lugar.

Seguimos e resolvemos parar para dormir em uma área na Dalton Highway que parecia um bom lugar, logo após o Happy Valley, com esse nove deve ser um bom lugar.

Quando tudo ao redor fica branco

A noite esfriou bastante e de manhã cedo quando acordamos a temperatura estava em 1 grau. Abrimos as cortinas e estava tudo branco, até onde nossas vistas alcançam e estava nevando bastante. É sempre é uma paisagem impressionante. Uma vez que estávamos na tundra ainda, é uma imensidão plana e branca. Muito interessante.

Arrumamos tudo e decidimos tomar café mais adiante, apreensivos com a possibilidade de nevar ainda mais.

O trajeto até

 o Atigun Pass foi debaixo de muita neve e muita tensão. Ao mesmo tempo que a paisagem linda prende nossa atenção, o carro nos deixava em estado de tensão. Não sei se por causa da chuva e pista escorregadia ou por causa da neve, mas dava a impressão de que o carro perdi força. 

Foram momentos bem difíceis. Quanto mais seguíamos mais nevava, e estávamos ainda 80 milhas do passo. Seguimos orando e pedindo a Jesus que nos ajudasse. Acho que ficamos traumatizados depois de ficar duas vezes pelo caminho.

Mas o carro subiu bem o passo, e a paisagem aos poucos foi fazendo o temor dar lugar ao êxtase, ao encanto. Quando acabamos de cruzar, a paisagem mudou completamente, de um branco completo para um tapete multicolorido, adornado pelas montanhas. Indescritível. Paramos mais adiante e tomamos o nosso café, aliviados e muito felizes contemplando a beleza do lugar.

Decidimos seguir até onde conseguíssemos. Para aproveitar o dia bonito e sem chuva. A alegria durou até Coldfoot, depois pegamos chuva, e depois o sol novamente.

Chegamos em Fairbanks ás 21h, 13 horas depois de sairmos do Happy Valley.

Nosso carro estava de lama até na metade das janelas. Uma loucura.

Fomos direto ao Walmart para comprarmos algumas coisas. Mas o cansaço foi mais forte. Tomamos banho, um lanche e deitamos exaustos deixando as compras para o dia seguinte.

Foi um dia de muitas emoções, mas a sensação de vitória, de conquista é muito boa. Deus é bom em todo o tempo. Foi um dia inesquecível.

Dia de dar graças a Deus por tudo, reencontro e despedida do JP e Ioana,

Levantamos cedo, tomamos café e seguimos para a Igreja, o culto começa às 10 h. Lá encontramos a Thereza com as crianças (Cláudio estava trabalhando) e logo chegaram o PJ e a Ioana.

Um tempo muito agradável de louvarmos a Deus por esta semana tão difícil e intensa, mas de muitas coisas boas.

Após o culto ficamos conversando com o JP e a Ioana e colocando a conversa em dia. Nos despedimos desses amigos tão preciosos que fizemos por aqui. Eles seguem para o sul.

Fomos fazer dump, pegar água, gás, combustível seguimos para casa do Cláudio. O Toninho pegou o lava-jato e decidiu lavar o carro. Ele passou o restante da tarde e noite fazendo isso. Quando o Claudio chegou ele ainda estava na lida.

28/08 a 01/09 – Dias de pausa para trabalho

Recebi mais uma tradução para fazer e o Toninho aproveitou o dia de sol para ajudar com os serviços na propriedade e na casa da Dona que vai embora esta semana.

Eu ainda ajudei a Thereza nas cabanas.

O Fernando e a Carla, o Gabriel e o Leonardo do #V ancomtudo chegaram. Foi uma surpresa muito boa, e muito bom poder conhecê-los. Conversar, passar um tempo juntos. O Toninho e o Fernando fizeram algumas coisas para ajudar o Cláudio.

A noite fizemos um taco e jantamos juntos. Foi interessante poder trocar experiências e compartilhar histórias. Um tempo bem interessante.

No dia seguinte, a família #Vancomtudo saíram para darmos uma volta juntos. Eles amaram o carro. Fomos ao Walmart para ver se tínhamos problemas nos pneus que ficaram pulando depois de Prudhoe Bay. Nos disseram que o problema era barro nas rodas.

Voltamos e o Toninho passou 3 horas tirando os pneus e lavando as rodas.

A tarde a Donna precisava pintar dois sheds (pequenos depósitos que o Toninho fez para ela) e limpei a cabana do Airbnb para a Thereza, que tinha reunião de homeSchool. No final da tarde fomos para o Food Pantry, ministério na igreja local em que estou ajudando enquanto estou por aqui.

A noite fiz taco para eles e depois fomos todos para a casa do Cláudio aproveitar o frio e ele acendeu a lareira e ficamos tocando e cantando até tarde.

Aproveitando os momentos com a família #Vancomtudo, primeira Aurora Boreal

 O Cláudio esqueceu a carteira e o Toninho foi na cidade de North Pole para levar para ele. No retorno ele saiu para testar o carro e identificou que ainda estava pulando. Ele marcou para fazer um balanceamento na segunda de manhã.

Na volta foi ajudar o Cláudio, com os serviços. Trabalhei para terminar a tradução e ajudei a Thereza com as cabanas.

Ficamos muito felizes em saber que o Gui e Jana do #partiualasca conseguiram entrar no Alasca, estamos na expectativa deste encontro. Combinamos de nos encontrar na segunda no Walmart.

Final da tarde o Cláudio retornou do trabalho e todos os homens pegaram junto para organizar as madeiras usadas para aquecer a casa no inverno. A tarde o Fernando e a Carla queriam gravar um vídeo mostrando no motor home e depois o Fernando fez um caldo de batatas delicioso. A Thereza e o Cláudio tinham ido no cinema. Retornaram e jantaram junto conosco.

Meia noite saímos para tentar ver a aurora boreal, já que o céu estava limpo. Fomos todos com o Cláudio na caminhonete dele. Ele nos levou a um observatório. E apesar de estar no nível 3 (30%), conseguimos ver ela dançando e tudo! Uma emoção, já é dia 3 e é aniversário do Fernando. Ele ganhou um lindo presente!

Voltamos depois das duas da madrugada. Todos com sono, mas felizes. E uma experiência incrível. Deus é perfeito em seus feitos.

Dia de festa! Batismo da Jayden e aniversário do Fernando

Acordamos e fomos todos ao culto.

A Jayden, filha do Cláudio decidiu se batizar, e nem a temperatura de 11 graus e o rio gelado a demoveu da decisão. À tarde, fomos todos para o rio. Vieram os avós, os vizinhos e os amiguinhos dela para assistir.

A Thereza leu a palavra explicando o que aconteceria, a Jayden fez sua confissão de fé, o Cláudio a batizou e o Toninho tocou uma música no final. Tiramos fotos, filmamos e depois fomos preparar um jantar.

Tínhamos o batismo e o aniversário do Fernando para comemorarmos. Eu fiz um bolo, a Carla outro, preparamos salada, arroz, o Cláudio assou salmão e carne. Nós jantamos todos juntos e depois fomos para perto da fogueira que o Cláudio preparou e cantamos parabéns para o Fernando, comemos bolo com café e assim ficamos depois ao redor do fogo, cantando, tocando e compartilhando até as 2:30 h da madrugada.

Um dia muito intenso, momentos especiais que levaremos na memória,

Fazer balanceamento e tentar seguir viagem

Hoje é Labor Day nos Estados Unidos, um feriado. Saímos cedo para fazer o balanceamento. Como aqui é feriado hoje o quadro de funcionário está reduzido e demorou 2:30h para fazerem o serviço. O rapaz disse que o problema era o pneu da frente do lado do motorista que estava danificado e era preciso trocar. Não era caso de fazer balanceamento. Autorizamos a troca e ficamos esperando.

O Gui e a Jana escreveram dizendo que decidiram seguir para Anchorage. Vamos precisar esperar para esse encontro.

O Fernando a Carla e os meninos vieram até aqui na oficina do Walmart para se despedir de nós e estão seguindo viagem hoje também.

A Thereza nos escreveu dizendo que a Donna, a senhora de 70 anos que é vizinha dela está precisando da nossa ajuda. Resolvemos voltar e ajudar. Talvez seguimos amanhã.

Visita a universidade

Nós decidimos sair hoje, ir em direção ao Denali. Tomamos café com pão de queijo feito pela Thereza junto com o Cláudio, antes de ele ir trabalhar. Nos despedimos da Donna, que viaja hoje para North Carolina.

E o Toninho resolveu checar os pneus, e um deles estava vazio. Ele achou um prego nele. Enchemos, nos despedimos da Thereza novamente e fomos procurar um lugar para arrumar.

Fomos ao Walmart onde nos pediram para retornar em duas horas, fomos no Sams Club, e eles não trabalham com RV, no Jimi lub o mesmo, e acabamos indo em um posto Chevron que nos indicaram. Fizeram o conserto em 40 minutos, e nos cobraram $45 dólares (socorro!)

Voltamos ao Walmart para comprarmos algumas coisas e encontramos o Fernando e Carla e os meninos do Van com Tudo. Eles saíram em direção ao Denali, devemos nos encontrar por lá.

Almoçamos e resolvemos ir tentar ver os Muskox que ainda não conseguimos. Descobrimos que tem um lugar para visitar aqui perto da Universidade, fomos até lá mas fechou dia 3 de setembro, chegamos tarde! Uma pena.

Fomos a Universidade para ver as renas, e conhecemos o George, um Português que vive aqui há 15 anos. Ele cria renas. Conversamos por mais de uma hora. Uma pessoa muito simpática e prestativa, ele possui uma criação de renas Archipelago Farms, e nos levou Iara ver as renas, nos explicando as diferenças e nos contou de sua experiência de viver por aqui. Uma coisa que chamou a atenção, e que ele disse que realmente o inverno aqui é difícil, mas que por causa das dificuldades se faz muitos amigos. Segundo ele, isso é muito importante pois se você fura um pneu ou fica sem gás ou gasolina você pode estar com um grande problema, e amigos ajudam uns aos outros. Disse que tem muito mais amigos aqui do que todos os anos que viveu na Califórnia. Depois da conversa seguimos para o Denali e dormimos na frente da cervejaria 49th que fica um pouco antes do parque. Queremos visitar o parque amanhã, mas precisamos de sol.

Visita ao “Magic Bus” do filme “Into the wild” ou “Na natureza selvagem” 

Choveu bastante e ventou muito toda a noite.

Levantamos e fomos visitar a réplica do Magic bus, ônibus usado nas filmagens do filme “Into the wild” ou “Na natureza selvagem”, que conta a história de Cris McCandless, que no desejo que viver algo diferente, e adicionar “vida” a sua vida, partiu de casa e acabou chegando ao Denali, onde achou este ônibus abandonado. Ele ficou nele e deixou passar a época de retornar, ficando preso. E viveu uma experiência intensa na natureza selvagem. Vale a pena assistir ao filme, que nos deixa uma lição importante: “A felicidade só é verdadeira se for compartilhada”.

Seguimos debaixo de chuva para o Denali e decidimos tocar direto para Anchorage e deixar para tentar conhecer o Denali na volta, o lugar é muito bonito para fazer debaixo de chuva.

Reencontro com o Gui e a Jana do #PartiuAlasca

Tocamos direto para Anchorage e decidimos passar a noite no Cabelas. Preparamos um lanche e quando estávamos terminando chegou o Thor, trazendo o  Gui e a Jana . Ela desceu com água e uma caixa de chá na mão e uma torta de sobremesa. E o papo rolou até de madrugada. Um tempo para colocar as novidades em dia. Como sempre muito agradável e divertido encontrar com este casal.

Caminho a Homer debaixo de muita chuva

Acordamos, ficamos pela manhã por ali deixando as coisas em ordem e perto de meio dia nos despedimos do Gui e da Jana e seguimos em direção a Homer. Saímos debaixo de chuva. Mas logo que pegamos a Seward Highway a chuva deu uma trégua. Mesmo com o tempo bem fechado dá para ver que esta rodovia é muito bonita, contorna toda ao estreito de Turnagain Arm, com vista para as montanhas do Kenai. Além de dar acesso a alguns glaciares. Isso tudo com sol deve ser algo realmente incrível. Vamos ver se temos mais sorte na volta.

No caminho, nosso carro começou a trepidar bastante, como se tivesse algum problema nos pneus. Pensamos, “Ah não, de novo?”, já tínhamos colocado um pneu novo e consertado um que tinha furado. Sabemos que teremos que trocar estes pneus pois já rodamos bastante e o antigo dono colocou pneu recondicionados, mas esperávamos conseguir voltar para os Estados Unidos para isso.  Como tínhamos ido no Walmart antes de sairmos e nos disseram que os pneus estavam bons, pensamos que poderia ser o cardam, mas a questão é que não dava para seguir assim pulava demais. Já tivemos uma experiência dessas no brasil, com nosso Valente e o pneu literalmente explodiu em uma Highway em São Paulo, quase tivemos um acidente.

Chegamos a cidade de Soldotna debaixo de chuva novamente, e fomos direto procurar um local que trabalha com pneus. No primeiro, descartaram problemas com o cardam e apontaram problemas com os pneus traseiros. “Estes pneus estão ruins, você precisa de novos”. Argumentamos que passam no Walmart antes que trucamos um e que um dos traseiros foi arrumado pois estava furado. Ele disse que nossos pneus estão com desníveis e que isso faz o carro pular, e que não adianta balanceamento. E o pneu consertado deve estar com um “round egg shaped” eita dificuldade para entender essa expressão. Mas enfim, deve ter formado um ovo no pneu.

Desconfiamos e resolvemos pedir outra opinião. Fomos a outra loja na cidade e a descrição foi praticamente a mesma, e como não tinham tempo para fazer, nos indicaram outro lugar, a Alyeska Tires.

Fomos para lá e mais uma vez o diagnóstico foi de que nossos pneus traseiros estavam muito ruins. Que o pneu que consertamos estava “round egg shaped” ah agora já sabia o que isso queria dizer. Mas parecia que um estava copiando o diagnóstico do outro. Decidimos dar crédito e pedimos para balancear os pneus e ver o que poderia ser feito com aquele que tinha problemas.

Retornaram depois de uma meia hora dizendo que era impossível balancear, que tentaram colocar 5 pesos (dos maiores) e não conseguiram. Que era preciso pneus novos. Nos fizeram um super desconto ($20 dólares a menos do que pagamos no Walmart, em cada pneu). Esses gastos começam a me deixar (Janeh) em desespero! Parecem não ter fim. No fim, vamos precisar mesmo repensar o que faremos quando retornarmos aos Estados Unidos. Isso deixa meu coração apreensivo. Pois parece que a vaquinha só adiou o inevitável.

O Toninho fez uma pesquisa e aqui os pneus são relativamente baratos, mais baratos que no Brasil, com certeza, mas com o desconto que ele estava nos dando ficava mais barato do que no Walmart.  Resolvemos fazer.

Eu fiquei angustiada pensando que o problema poderia não ser esse e que estávamos sendo enganados. Mas como eles dão garantia, inclusive se furar, para balancear e um monte de coisas mais, fiquei mais tranquila. “Isso é para nossa segurança” disse o Toninho. É verdade. Em uma hora e meia estava pronto. Pagamos e eu disse que iriamos ver se tinha ficado bom, senão voltaríamos. Eles riram e nos desejaram boa viagem.

Já nos primeiros quilômetros já percebi a diferença. Certo, eles tinham razão, aqueles pneus estavam ruins mesmos. Fiquei mais tranquila.

Chegamos a um camping próximo a Homer, pois os pontos do Ioverlander, só era possível chegar com um 4X4. Ficava na praia. Achamos um camping por $15 dólares, como era tarde da noite, e aqui todo lugar diz que não pode overnight, resolvemos ficar ali mesmo.

Estamos terminando nossa passagem pelo Alasca, depois de Homer e Seward, retornaremos ao Denali, Fairbanks e começaremos nosso caminho de volta. Novamente ficamos conversando sobre qual a melhor decisão a tomar. Tínhamos planejado descer até San Diego, passando por Salt Lake City, depois San Francisco e toda a Califórnia e depois voltar a Las Vegas, ao Texas. Agora, tínhamos um grande ponto de “?” em nossa cabeça. Precisamos de uma direção de Deus. O melhor a fazer é entregar nas mãos dele e confiar.

Homer, a Capital Mundial da Pesca do Halibut

Acordamos cedo e decidimos seguir para Homer, mais um dia de chuva e não queremos murmurar, mas este tempo não nos anima a seguir. Mas a previsão é de uma semana assim, ou seja, nosso tempo fica curto e precisamos seguir e esperar que os aplicativos com a previsão de tempo estejam errados.

A Alaska #1, que leva a Homer contorna a enseada de Cook (Cook point) e a baía de Kachemak (Kachemak Bay), com vistas para 4 vulcões ativos que fazem parte da cadeia de vulcões da Cordilheira Aleutiana, os Vulcões Augustine (4.134 ft) que fica sozinho no meio da baía, o Redoubt (10.197 ft), o mais alto da Cordilheira, o Illiama (10.016 ft), Spurr e mais umas dezenas deles em toda a Cordilheira. Pena que o tempo não nos permite ver muitos detalhes. Mas é possível ver que há imensos glaciares, e com certeza, esta paisagem com sol deve ser inesquecível.

Chegamos a ponta de Homer e ali ficamos, sentados, observando a paisagem, o Golfo do Alasca. Ponto mais ao Sul que podemos ir de carro. Daqui começamos a retornar.  Pretendemos fazer o Denali ainda, mas depois voltamos a Fairbanks e retornamos para o Canadá.

Interessante quando a gente conclui um projeto... uma sensação de dever cumprido, sonhos realizados, e de: e agora? Paramos ali e ficamos conversando, refletindo, conversando com Deus e perguntando... para onde seguir? Sabemos que retornamos ao Canadá e EUA, e depois, precisamos decidir.

Depois de um tempo ali retornamos para Soldotna, onde dormimos no estacionamento do Fred Meyer novamente.

Russian River Falls e o salmão red subindo o rio para a desova

Em nosso retorno, passamos pela península Kenai, mas a chuva e o tempo fechado não ajudaram muito. Passeamos pela cidade e resolvemos seguir para Seward na esperança de que o tempo melhore.

Paramos no caminho no Russian River e decidimos fazer uma trilha para ver os salmões subirem o rio e quem sabe ver alguns ursos pescando. Foi 1h30min de caminhada e ficamos esperando por uma hora, mas nada dos ursos. Muitos salmões red subindo o rio e muito interessante ver eles saltando as cascatas.

Depois, seguimos para Seward e queríamos entrar e fazer a trilha para o Exit Glaciar , mas ainda contamos com a melhora do tempo para isso. Saímos do Russian River Fall debaixo de muita chuva.

Decidimos abortar Seward. A previsão para os próximos dias é de chuva, não queremos ficar muito por aqui. Seguimos e passamos ainda a entrada de Whittier, a cidade que tem 200 habitantes e todos vivem praticamente no mesmo prédio.

Na Seward Highway pegamos um engarrafamento gigantesco. Deve ter dado algum acidente. Ficamos uns 15 minutos na fila e quando tivemos a oportunidade, entramos em um posto e resolvemos estacionar e esperar melhorar.

Ficamos por ali quase 3 horas esperando. Seguimos depois para o Cabelas, em Anchorage. Vimos a van do #vancomtudo estacionada ali e mais tarde chegou o PJ e a Ioana do #keeponexploring. Amanha falamos com eles, hoje é descansar e dormir.

De volta a Anchorage – reencontro com JP e Ioana e #Vancomtudo

Acordamos e logo apareceu o PJ e a Ioana. Ficamos conversando até umas 2 da tarde e eles saíram para fazer algumas coisas. Combinamos um taco para a noite. Fomos ainda conversar com a família #Vancomtudo e depois fomos dar uma volta pela loja Cabelas que é muito interessante. Tem todos os Animais que existem no Alasca empalhados, e é uma loja de camping, caça e pesca, gigantesca. 

Preparamos um taco e perto das 19 h chegaram os dois. Ficamos conversando até meia noite. Muita coisa para compartilhar. Um tempo muito gostoso. Nos despedimos. Eles seguem para Valdez e nós de volta para o Denali NP.

Despedida dos amigos e seguir para o Denali

Pela manhã nos despedimos da família #vancomtudo. Vamos seguir para o Denali e torcer para ter um bom tempo amanhã para visitar. O passeio é de 8 horas e precisa estar um tempo bonito para compensar fazer.

A estrada para o Denali estáa bem colorida, as cores do outono tomando conta por aqui, mas a chuva não dá trégua.  Paramos em uma Rest Area no caminho e esperamos diminuir um pouco... chove tanto que no estacionamento onde estamos a água empoçada chega a formar ondas.

Depois de umas 2 horas decidimos seguir viagem e conseguir um lugar para passar a noite. Procuramos um ponto no Ioverlander e resolvemos seguir para lá. Antes, entramos no Parque para conseguirmos água e fazer dump, e depois seguimos. É em um local em uma entrada estreita que mal passa nosso RV, mas ao final tem uma clareira e demos com uma camper e um carro estacionados ali.

A noite ventou muito, mas pelo menos vai limpar o tempo, assim esperamos.

Um passeio pelo Denali NP e o reencontro com #partiualasca

Pela manhã acordamos cedo e fomos para o centro de visitantes na entrada do parque para tentarmos pegar o ônibus das 8h30min, para podermos fazer alguma trilha no caminho.

Chegamos perto das oito e fomos comprar os tickets e, para nossa surpresa, há uma semana de fechar o parque, com esse tempo ruim que tem dado por estes dias, os ônibus estavam todos lotados. Conseguimos somente em um ônibus das 10:30h que vai até o Centro de Visitantes Eielson.

Bom, sem ter o que fazer, retornamos ao carro, e esperamos. Aproveitamos para descansar da correria, pois acordamos super cedo, preparamos lanche, arrumamos as mochilas e fomos para o centro de visitantes para não perder o horário do ônibus.

Às 10h15min, embarcamos no ônibus, cheio de chineses, e seguimos. O motorista, um ranger com muito conhecimento do Parque e dos Animais, ia explicando o tempo todo, onde estávamos, os animais que tem ali, como é nesta época do ano, as trilhas recomendadas...

O passeio é de 4 horas para ir, com paradas de 7 a 30 minutos em 4 pontos e demora o mesmo tempo para voltar. Muito cansativo, e vimos pouquíssimos animais. O local deve ser muito bonito com sol, com certeza. Mas nós ficamos com o gostinho de quero mais.

Quando retornamos, passamos por um motor home que parecia o Thor, do Gui e da Jana do #partiualasca. Chegamos no Centro de visitantes, pegamos nosso motor home e fomos ao outro centro de visitantes onde tem internet. Quando chegamos lá os dois já estavam lá! Sempre uma festa encontrar com eles. Combinamos de jantarmos juntos onde fica o The Magic Bus, fora do parque e onde pretendíamos passar a noite.

Resolvi preparar um penne com camarão e uns bolinhos de lagosta que ganhamos da Donna. Eles trouxeram o vinho. Eles decidiram gravar o banquete no motor home no nosso RV, foi uma diversão. Uma conversa muito agradável. Um tempo muito gostoso juntos. A noite passou voando!

Retorno a Fairbanks

Acordamos tarde, nos despedidos do Gui e da Jana que hoje vão conhecer o Denali NP, e passamos novamente no The Magic Bus, para ver se conseguíamos umas fotos melhores. Já que não estava chovendo. E o sol resolveu nos mostrar alguns raios. Faltando uns 5 minutos para as 11h, olhamos por tudo e não tinha em nenhum lugar informando horário de abertura. Como na última vez que viemos tinham outras pessoas entrando e abriram o portão, e imaginamos que a cervejaria deveria abrir mais tarde, fizemos o mesmo.

Quando o Toninho estava lá tirando as fotos, veio uma mulher e perguntou como tínhamos entrado ali. Quem tinha aberto o portão? Eu disse que eu tinha aberto. Ela disse que eu tinha invadido e não podia fazer isso. Pedi desculpas, ela repetiu que o que eu tinha feito era invasão. Me desculpe novamente, e ela abriu o portão e me disse: Agora você pode entrar.  Por 5 minutos levei o maior sermão.

Fotos tiradas, voltamos para Fairbanks. Na estrada sentimos que o carro estava trepidando entre 25 e 55 Mph. A gente já está ficando meio casado disso. O que será dessa vez? Já trocamos os pneus!

Chegamos em Fairbanks, passamos no Walmart, gás, água e depois fomos para a casa do Cláudio. A Thereza, nos recebeu de braços abertos. Interessante o amor que sentimos que ela tem pela gente.  Nos disse que tinha comprado dois ingressos para irmos ao Gold Dregde 8, uma antiga fábrica de exploração de ouro, onde você faz um passeio de trem, um tour contando a história e pode garimpar ouro como nos tempos de outrora. E ainda fica com o ouro que encontrar. Disse que era presente de aniversário de casamento. Uma fofa. Agradecemos muito!

Claudio logo chegou do trabalho e tivemos um tempo junto. O Toninho ainda conversou com ele sobre a trepidação do carro, e sobre o que poderia ser. Combinaram de ir ao Walmart e balancear o ultimo pneu que tinha ficado de fora.

Hoje a previsão é de uma linda aurora boreal, está no nível 6. Colocamos o despertador para 1:30h, 2:30h, e nada. Eu não dormi mais, e as 3 horas levantei e decidi que iria sair, e ficar esperando ela dar as caras. Às 3:15 h quando abrimos a porta ela apareceu, linda, em tons de verde e rosa! Incrível. Nem deu tempo de montar o tripé para pegar o espetáculo. Resultado, ficamos acordados até as 5 h da manhã contemplando e curtindo a aurora boreal. Um espetáculo. Já podemos ir embora!

Henrique e Sabrina do #mundoadentro

O Cláudio e o Toninho foram ao Walmart para balancear o pneu da frente e retornaram somente a tarde. A Thereza foi para a reunião de Homeschool e fiquei sozinha trabalhando na casa deles.

Eles chegaram a tarde e estavam passados. Simplesmente levaram quase 4 horas para balancear um pneu. Não sabiam tirar a capa, queriam usar um pé-de-cabra, o Toninho viu a tempo e saiu chamando o rapaz e dizendo que não podia fazer isso. Explicou como tirar as capas e os parafusos. Ele tirou o pneu e não conseguia colocar na máquina para balancear. E os ponteiros do relógio não paravam de correr.

No final, depois de esperar mais duas horas, o Toninho viu o rapaz que nos atendeu outro dia saindo do Wal-Mart (ele estava de folga hoje). Foi atrás e pediu ajuda. Ele disse que não estava trabalhando e não podia ir lá. O Toninho explicou que eles não sabiam balancear nosso pneu, e falou que estava mais de 3 horas pesperando, ele não se acreditou, foi lá e do lado de fora, ficou falando para o rapaz como deveria fazer. Parece piada, mas não é, isso aconteceu realmente. Depois disso, e quase 4 horas de espera, em 5 minutos o pneu estava balanceado e recolocado.

Final de tarde fomos a Igreja (eu e Thereza) para ajudar no Food Pantry (o ministério da Igreja que doa comida para a comunidade). Ás 6 horas o Toninho chegou lá com um casal do Brasil que acabou de chegar no Alaska, o Henrique e a Sabrina do #terraadentro, um casal muito jovem.

Retornamos e eles jantaram conosco. Um tempo muito agradável, conversamos sobre viagens, fotografia, sonhos, e tantas outros assuntos.

Quando eles saíram era quase 1 h da madrugada e demos de cara de novo com a aurora boreal. Embora esteja no nível 3 hoje, ainda assim estava muito bonita. Eles saíram dali a caça de um local mais escuro para fotografá-la.

Reunião de Mulheres

Acordamos mais tarde dada a hora que fomos dormir, e aproveitei para limpar o Motor home. O Toninho aproveitou para fazer algumas manutenções nele e estava encucado tentando encontrar o que estava provocando a vibração no MH.

A Thereza tinha um encontro com amigas e me convidou para ir junto. Combinamos de sair ás 19 h.  Deixamos os homens sozinhos e lá fomos nós.

Foi um tempo muito agradável na casa da Beth, uma mulher muito alegre e agradável. E depois chegou a Lisa. Ficamos juntas até ás 21:30 h. Uma conversa agradável, um tempo muito bom.  Quando estávamos indo embora ela comentou que precisava alguém para limpar as calhas, que o marido sofre de Alzheimer e não faz mais. A Thereza me olhou, e logo entendi que pensou no Toninho. Falei que veria com ele e daria a resposta. Caso ele aceitasse ela o buscaria pela manhã. Eu não sabia pois pelo que ela falou tem trabalho para 2 ou 3 dias e estávamos querendo partir na segunda feira.

Retornamos e o Toninho disse que iria ajudar. Que sairíamos na terça qualquer coisa. Nosso prazo é dia 21/09.

Um jantar surpresa

Pela manhã o Toninho estava pronto esperando a Beth e a Thereza veio dizer que ela atrasaria um pouco. Ficou ali conversando com a gente. Logo chegou o Mike, seu pai, e o engraçado, a primeira pergunta que ele nos faz sempre é: “E vocês, quando vão embora?”. Sabemos que é preocupação para que não peguemos frio, mas é engraçado isso.

O Toninho falou para ele que está com esta trepidação, e que descobriu uma folga do cardam, e que está pensando em levar na Gabes onde fizemos a transmissão. Ele expressou que é uma boa coisa a fazer.

A Beth chegou e o Toninho foi com ela. Lá conheceu o Jerome *(Jerry), marido da Beth que fará 70 anos no próximo sábado e tem Alzheimer. Interessante que ele morou na Colômbia em 1977 por 2 anos, e lembra perfeitamente do espanhol. Conversou um monte com o Toninho e na hora do almoço mostrou para ele sua guitarra e amplificador.

Eu fiquei trabalhando todo o dia. Final da tarde a Thereza veio dizer que eles queriam levar a gente para jantar, como presente de aniversário de casamento (mais um).

Esperamos o Toninho chegar e lá pelas 19h saímos e fomos a um restaurante japonês daqueles que prepara a comida na sua frente. Uma experiencia muito legal e bem diferente! Foi uma noite muito divertida e com uma comida deliciosa! Gostamos demais!

Com certeza sentiremos muita falta da Thereza e do Claudio quando partirmos. Eles são preciosos e nos fazem sentir amados e especiais.

Culto e dicas de fotografia

Acordamos cedinho pois queríamos ir ao culto e a Thereza nos convidou para tomar café com pão de queijo (podemos com todo esse mimo?). Tomamos café juntos e saímos para visitar uma outra igreja na cidade.

Um tempo muito especial de louvor e adoração e uma palavra muito preciosa.

Saímos do culto e retornamos, pois, o combinado era do Henrique e Sabrina almoçarem conosco. Preparei um strogonoff, a Thereza fez o arroz, fizemos uma salada bonita e batata picada (aqui não tem batata palha).

Almoçamos todos juntos, a Thereza tinha feito um bolo de Rhubarb para o Toninho e nos deu para tomarmos café juntos.

Eu e a Sabrina fomos ajeitar as cabanas pois os meninos queriam tirar fotos delas para a Thereza. Depois retornamos e ficamos conversando no RV, enquanto eles tiravam as fotos. Tomamos um café juntos e ficamos de papo até 1 hora da manhã.

 

18/09 – Outra notícia ruim... saída adiada novamente...

Acordamos cedo e o Toninho saiu com o Cláudio para a Gabes, a oficina ás 8 h da manhã.  Eles pediram para deixar o carro que olhariam a tarde. Eles retornaram e o Toninho voltou para concluir o serviço na Beth.

Fiquei trabalhando na casa da Thereza. Recebi uma tradução para fazer.

As 3 horas da tarde o Toninho voltou dizendo que tínhamos que ir para a oficinal pois eles tinham quebrado o cardam. Ficamos sem entender como eles conseguiram tal façanha.

Fomos para lá e eles nos mostraram o estado que o cardam ficou. Nos falaram que o cardam estava com um ponto de fraqueza devido a alguma batida, pedra, ou alguma outra coisa, e nos falou que se isso tivesse acontecido conosco na estrada poderíamos ter sofrido um grave acidente.

Mas a notícia ruim é que na cidade só tem uma pessoa que faz reconstrução de cardam e essa pessoa está caçando por 2 semanas. Ficamos sem acreditar no que estávamos ouvindo! Já está virando piada, não conseguimos sair do Alasca.

O Claudio e o Mike nos ajudaram a tentar encontrar outra alternativa. A oficina disse que iria buscar por um usado. Colocaram nosso carro novamente para o pátio da oficina ligaram a energia para ficarmos ali.

Retornamos para a casa da Thereza que fez um delicioso jantar. Jantamos juntos e depois voltamos para a oficina para dormirmos lá.

Ficar 2 semanas mais nos deixa apreensivos pois está esfriando e queríamos sair ainda esta semana para descer com tranquilidade. Embora nosso coração fica apreensivo, entregamos nossas inquietações para Deus e cofiamos que ele cuida de tudo.

Uma peça usada – plano frustrado

Ás 9h o mecânico veio dizer que tinham encontrado uma peça usada e que iriam trocar para ver se dava certo. Ficaram de nos ligar quando estivesse pronto.

Deixamos o MH na oficina e fui para a casa da Thereza e o Toninho foi para a casa da Beth.

Interessante é que o Gerome, seu esposo ficou tão empolgado outro dia me vendo tocar sua guitarra e usar seu cubo que queria que eu lhe ensinasse a tirar os mesmos sons. Eu tive um tempo com ele tocando e regulando. Mas hoje não é mais só a questão do Alzheimer, mas a perda da habilidade. E ele tentou tocar comigo e não lembrava as notas, não consegue mais.

O Gerome é uma pessoa muito amável, paciente, mas o interessante é que tanto a Beth como a Thereza dizem que ele não era assim. Isso me faz refletir, pensar que tenho que ser amável, tolerante sempre, não quando eu tiver um problema de saúde grave me acusando e empurrando para me tornar uma pessoa melhor. Geralmente quando temos o controle em tudo tendemos a ser pessoas egoístas e orgulhosas, e quando perdemos este controle e precisamos da ajuda de outros, revemos nossos conceitos da vida. É preciso viver e ser Humano desde sempre. Me despedi dele e percebi que ele ficou muito feliz por ter separado um tempo para tocar com ele, o que para mim não foi nenhum sacrifício. (Toninho).

Ás 16 h a oficina ligou e disse que não deu certo. Ficamos um pouco chateados com tudo isso. Conversamos ainda com o Mike, pai da Thereza e ele se ofereceu para ir de manhã na oficina conversar e tentar entender o que está acontecendo. Eles nos falaram que para refazer o cardam ficaria $1500 dólares mais a mão de obra. E esta tentativa frustrada de hoje nos custaria $430 dólares.

A questão não é mais o fato de termos pouco dinheiro, pagaremos e depois pensaremos no que fazer, mas sim o tempo que fica curto para sairmos daqui. Ter que esperar mais 2, 3 semanas aqui, nos deixa com um tempo muito curto para descer para o Canadá e EUA. Isso nos deixa um pouco apreensivos, mas Deus sabe de tudo, não temos o controle, mas ele tem.

Jantamos com a Thereza e o Cláudio, ela preparou um vatapá delicioso e retornamos para a oficina para dormir.

Uma outra tentativa

Pela manhã cedo o Mike foi conversar com amigos e foi no local onde fazem a reconstrução do cardam e tentar entender os valores cobrados e essa situação de só ter uma pessoa na cidade que faça. Depois, ele foi na oficina conversar com eles.

Ele pediu para olhar o cardam, fez algumas perguntas e saiu dizendo que depois nos dava um retorno. Mais tarde a Thereza nos ligou e disse que eles tinham deixado a peça usada no nosso carro, que não tinha dado certo no MH, e que teríamos que pagar por ela, pois aceitamos compra-la. Então, seu pai nos sugeriu pagar o que tinham feito até o momento e deixar a oficina. Poderíamos dirigir até a casa deles.

Segundo ele, era melhor eles mesmo tirarem o cardam ali na casa do Cláudio e levar no local para fazerem. Ele tinha ido lá e lhe disseram que a pessoa que faz retornaria da caçada na terça-feira. Moral da história, pagamos por um conserto que não funcionou, para não termos que pagar quase o dobro no final.

Algumas coisas que são tão simples no Brasil são muito complicadas aqui. Mas, tudo bem. Precisamos nos manter calmos e confiar que Deus está no controle.

O Cláudio foi lá para nos acompanhar para sua casa. Como estava vibrando ainda era melhor alguém nos acompanhar. Pelo menos estávamos de volta na casa do Cláudio e da Thereza e não mais no pátio da oficina, e ficaríamos esperando ali.

Ali fizemos uma reunião com o Mike e o Cláudio para definir o que e quando fazer. O Toninho foi ajudar o Cláudio e eu fui ajudar a Thereza com uma das cabanas. Depois voltei para as traduções.

A noite jantamos juntos, a Thereza e eu fizemos uma feijoada, e depois ficamos jogando Sequence e de Five Crowns. Um tempo muito descontraído. Uma delícia.

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